terça-feira, setembro 30, 2003

Antes de dormir: momento ansiosa

Outubro está chegando, o novo CD do Belle & Sebastian também...
O site que falaram que tinha as novas músicas, além de não abrir aqui, meu computador está com problemas no HD, o que fez com que eu desistisse de tentar de novo... ai, ai, nada é fácil pra mim.
Mas beleza, outubro está chegando, enquanto ele não chega (lembrando que outubro só chega quando o CD for lançado, ao menos pra mim) , vou passar a semana traduzindo uns mantras do Sanscrito para o Português, quem sabe a ansiedade passa, já que eu não sei meditar mesmo...

Um post cheio de links, como minha preguiça gosta

Começando pela minha amiga fatal, Femme Fatale: mulher de bom gosto musical e mostra que não só "tudo que é sólido desmancha no ar", mas também:





Gostaram do desenho? Chama-se "Anjos e demônios na mesma canção", no blog do autor tem mais um monte, ele é um tanto esquizóide, sendo mais específca ele é:

Agora um moço que eu não conheço, mas desde que ele criou uma certa Associação, virei sua leitora, um tanto escondidinha, como sou de todos os blogs de pessoas que não conheço, mas estou sempre dando uma olhadela nos escritos do rapaz que são muito bons:

E por fim, não um blog, mas um site para quem gosta de MPB, assim como eu. Já tinha dado os créditos quando coloquei a música da Alice Ruiz em parceria com Itamar, mas resolvi colocar link ali no canto, porque o site também é página oficial dessa poeta maravilhosa e compositora, que descobri no Show e acabei conhecendo mais no:

Ufa! tanto link... acho que não vou colocar mais links por um bom tempo, o problema é que fui descobrindo que vários amigos têm blogs, aí, é quase um link novo por semana, ainda bem que gente que não conheço só coloco link se gosto muito do blog.

domingo, setembro 28, 2003

Canção para minha mãe

Mãe
nome que me deste
fazendo da troca
por vezes
meu papel inevitável

Mãe
A parte de mim
saída de ti
numa gestação
improvável

Mãe, tu és.
És minha filha, minha amiga
És mãe, minha sina
a gota de leite
no café da esquina
O sorriso pendente
na boca de tua menina.

Mãe
A fôrma da força
A forma da chuva
na nuvem que desenha o céu
Trovões enfeitando a voz
raios que contornam o véu
sobre a cabeça que sustenta os pés

Mãe, tu és
És minha filha, minha amiga
és mãe, minha sina
A gota de leite
no café da esquina
O sorriso insistente
na minha boca,
Tua menina.


**** Sim, sou Edipiana confessa.

Sinto-me como o funk carioca
Sendo defendido por Caetano
A tapioca
em termos chicobuarquianos
Sinto-me como os sentimentos
fingidos através de palavras
O poeta
alimentando sua vaidade
ao devolver ao mundo
os versos que ninguém vê

Outra moça

Moça falante. Cafeínada.
Loira com auto-crítica, isso é bom.
(Alfinetada porque não veio pra me ver e ainda falou isso na minha cara).
Inteligente.
Bonita:
tem a beleza dos que vêem tudo
enxergam mais e dizem o que viram;
a que vieram.
Geminiana, é o que repetia
Não entendo de signo, mas se ser gêmeos é assim
É bom ter muitos gêmeos
por perto.
Só não digo que é "dois em um"
porque é magra demais
para ser duas.
(Massageada porque me fez sentir
menos peixe fora d'água)

(*** Quando vier numa Quarta-feira e tiver a noite livre e quiser ver aquele "moço da voz chata", como diz sua mãe, sabe onde me encontrar, será um prazer levá-la pra lá. Foi um prazer, moça.)

Show legal

Bom Show, músicas legais, Alice Ruiz manda bem nas "letras", Alzira Espíndola manda bem nas músicas e a Zélia na participação.
Faltou minha filhóta pra ver a Zélia (que ela tanto ama), conhecer a ex Sra Leminski, Alice Ruiz, a Alzira Espíndola e por tabela meu querido professor que estava lá, mas na platéia. Me reconheceu, deve ser porque eu sou a única com óculos vermelho-olhepramim da sala de LBIV.
Bem, as letras de Alice falam por si só, Itamar que não fala mais, pois já disse tudo, fala com ritmo e eu, cansada, sem dormir em casa há 3 dias, uso os ditos deles que são melhores do que eu nesse negócio de dizer:


Milágrimas
(Alice Ruiz e Itamar Assumpção)

em caso de dor ponha gelo
mude o corte de cabelo
mude como modelo
vá ao cinema dê um sorriso
ainda que amarelo, esqueça seu cotovelo

se amargo foi já ter sido
troque já esse vestido
troque o padrão do tecido
saia do sério deixe os critérios
siga todos os sentidos
faça fazer sentido
a cada mil lágrimas sai um milagre

caso de tristeza vire a mesa
coma só a sobremesa coma somente a cereja
jogue para cima faça cena
cante as rimas de um poema
sofra penas viva apenas
sendo só fissura ou loucura
quem sabe casando cura ninguém sabe o que procura
faça uma novena reze um terço
caia fora do contexto invente seu endereço
a cada mil lágrimas sai um milagre

mas se apesar de banal
chorar for inevitável sinta o gosto do sal do sal do sal
sinta o gosto do sal
gota a gota, uma a uma
duas três dez cem mil lágrimas
sinta o milagre
a cada mil lágrimas sai um milagre


Quer saber mais sobre Alzira, Alice e todos os artistas da MPB? Entra nesse site:MPBNet - conheci hoje, tanto o site quanto a moça que escreve, ambos muito legais. Vale conferir.

Hoje

Desencontro desmarcado.
Moça quieta, calada.
Traz a roça pro elevador e leva o elevador pra roça.
Tem pressa, mas parece não saber aonde a pressa vai levar.
É bonita:
tem a beleza dos observadores
que nada vêem e tudo enxergam.
Distraída.
Tímida.
É a primeira impressão,
dizem que é a que fica.

sexta-feira, setembro 26, 2003

Só entende quem menstrua- Parte IV

- Tá quietinha, o que foi?
- Nada...
- Já sei, TPM!
- Não...
- Cólica?
- Também não.
- Então o que foi?
- Nada, já disse...
- Mas você nunca foi quietinha, você sempre falou demais.
- E você não gostava...
- Só que você nunca ficou quietinha, mesmo eu não gostando. Tem outro na jogada, né?
- Que eu saiba não...
- Tá vendo, há uma possibilidade de haver outro!
- Eu não disse isso...
- Mas tem, não tem?
- Já disse que não.
- Então por que você está quietinha?
- Ah, você reclama que eu falo demais, aí eu paro de falar e você continua reclamando...
- Mulheres não conhecem um meio termo?
- Homens não sabem fazer outra coisa senão reclamar? Toda hora é uma coisa, eu não aguento mais! Ou é porque eu falo, ou é porque eu fico quieta, ou é por causa do meu cabelo, ou da minha saia. Sempre um motivo para falar alguma coisa, sempre um motivo pra reclamar. Se não é da minha TPM, é porque eu estou menstruada, se não é porque eu não quero sair, é porque eu quero sair. Que droga, o tempo inteiro falando alguma coisa...
- Hum... você não tinha decido a ficar quietinha?

quinta-feira, setembro 25, 2003

Bicha qué, bicha faz!

Bom, eu gosto de preto (opa, da cor "afro-brasileira", desculpa aí meu anjo). Enfim, eu gosto da cor, da pele, dos homens, já diria alguém que esqueci, na voz de Elis, "Black is beautiful".
Mas não quero ficar de luto por muito tempo e como o moço não se manifesta (isso não é uma cobrança), eu vou mudar essa coisa sozinha mesmo, porque já disse a personagem do filme "Amarelo Manga": Bicha qué, bicha faz!
Aceito sujestões de cores... pensei em azul (minha cor favorita), pensei em Amarelo Manga, pensei algumas cores...
Depois decido, não será para agora mesmo, vai ser para daqui umas semaninhas que eu tô cheia de textos para ler e não vou ter tempo para ficar brigando com códigos.
Além disso, tenho uns poemas felizes para escrever, porque é primavera e eu ando com vontade de ficar florida, eu ando com vontade de tirar o melancólico do meu Feliz! Eu quero ir para além do arco-íris conversar com meu sobrinho Ricardo, o guardião do pote de ouro e de muitos sorrisos meus. Eu estou com vontade de andar numa andança cega, silenciosa, sem pressa com trilha sonora de João Gilberto cantando "Chega de Saudade". "É isso aí, vai, minha tristeza... que eu não posso mais sofrer"

quarta-feira, setembro 24, 2003

TUDO!

Vocês viram Edy Carlos no Jô?

Para Negro Anjo

"Que original! Apaixonada por um ator global..."

Perdi a porcaria do e-mail! Póxingá, eu deixo...

terça-feira, setembro 23, 2003

O Filho da Noiva

O Filme:

Um velhinho apaixonado por sua esposa mesmo após 44 anos de casado e ela estando doente. Tenta a todo custo realizar o sonho de sua esposa, casar-se na igreja, porque ela aceitou as suas convicções de ateu e só tinham se casado no civil. Seu amor é tão grande que promete amá-la mesmo depois do "até que a morte os separem".

( Segunda-Feira, 22 de Setembro - "O Filho da noiva" - filme argentino, única sessão às 18h20min, no Belas Artes-Rua da Consolação/SP)

Realidade que parece ficção

Um homem me deseja ser feliz no casamento como ele foi e continua sendo, mesmo depois de 36 anos ao lado de sua esposa. Disse não haver pessoa melhor no mundo que sua amada esposa e não a trocaria por nada nesse mundo, pois ela foi a melhor coisa que aconteceu na vida dele, nem ganhar na loteria sozinho seria tão bom.

(Sábado, 20 de Setembro - Cartório onde fui madrinha de casamento. O Sr me confundiu com a noiva e dirigiu-se a mim desejando-me tal felicidade)

*********


Ao descobrirem que eu iria ao cinema, um casal de velhinhos me recomenda "O Filho da Noiva", pois seu neto os havia recomendado o filme, lembrando-se de seus avós ao assisti-lo e eles gostaram muito. Segundo ele, o filme até que lembrava um pouquinho sua história, mas sua Sra, graças a Deus, continuava lúcida e ciente de seu amor por ela, depois de 40 anos de casados.

(Segunda-feira, 22 de Setembro - Av Paulista/SP - ao sair de uma Fotoptica e encontrá-los indo ao cinema também).

Realidade real

Foi casada por 10 anos, duas filhas adolescentes, não quer nem ouvir falar no nome do marido que nem sequer vai visitar as filhas ou paga pensão.

(Quinta-feira, 18 de Setembro - ponto de ônibus da Francisco Morato/SP - Conversas típicas que se tem ao esperar o ônibus para voltar para casa)

*********


Foi casada por dois anos até que descobriu que seu marido era gay ao pegá-lo numa casa noturna se atracando com um travesti.

(Não lembro a data -Bandeijão/USP - Conversa com uma amiga me contando sobre uma outra amiga sua)

*********


Uma garota de 29 anos reclama ter deixado tudo para trás para se casar. Estava apaixonada e levada pela paixão, largou os estudos, foi contra os pais que não queriam seu casamento, e viveu ao lado de seu marido durante 7 anos e só durou esse tempo, porque ela não tinha para onde ir com a filha.
Hoje, não quer ver seu ex-marido e move uma ação na justiça para tentar faze-lo pagar pensão para filha que ele não vê há dois anos.

(Segunda-Feira, 22 de Setembro - lotação que me trazia para casa- uma mulher volta-se para mim e começa a contar sua história. Desabafos típicos dentro de ônibus)

*********


Lembrei da frase do filme, em que o filho do casal ao ver seus pai todo apaixonado por sua mãe diz: "olhando para ele é como ver Fred Asteir, parece tão fácil..."
E se você quer se emocionar, vá assistir "O Filho da Noiva", mesmo que seja daqueles que acha que um filme que não "fala" inglês é coisa de intelectual, corre pro Belas Artes e assiste, vai ver que o filme é lindo, engraçado e apaixonante. Como eu mostrei aqui, não é nada fácil encontrar um amor como o filme relata, mas dá pra encontrar sim...

Ibest, o que é isso?

Não queridos leitores, não sou eu que estou concorrendo ao Ibest, é o site que hospeda meus comentários, por isso está cheio de logo do ibest aqui.
(E acho que se depender do meu amigo Frank, que vive reclamando que a porra dos comentários não funciona, o site não vai conseguir muitos votos não, pelo menos o dele é certeza que não.)
Digo isso, porque vai que alguém pensa que eu fiquei louca a ponto de inscrever esse blog na premiação, afinal, eu não tenho leitores suficientes, nem minha família é tão grande assim para que eu possa concorrer Isso é coisa pra BlogStar, não pra mim.
Aliás, votei no moço, mas não vou colocar propaganda porque o Ibest não tá me pagando nada pra ter tanto logo aqui, já basta o dos comentários!!!

segunda-feira, setembro 22, 2003

Grávida de felicidade

Esperei, como Jacó por Raquel
Esperamos, como a Bíblia para ser lida
Em uma espera vã por fiéis.


Esperamos como ateus convictos
a vinda e a volta de um cristo,
Absolvidos da culpa
de um dia acreditar na espera.

Esperamos para esperar
grávidos de felicidade
atropelados pela limosine
que aguardava a vida e
os sonhos, mas transportava
o caixão que conduz à morte.

domingo, setembro 21, 2003

Luto

Esse blog está de luto e continuará assim até que o Superid mude o layout, como havia me prometido.
Não, isso não é uma intimação para que o moço cumpra a promessa, o blog está de luto porque a menina que minha amiga esperava faleceu. Minha quase filha, quase afilhada, nasceu nessa última quinta-feira e morreu após alguns minutos de vida. Não resistiu. Só me avisaram hoje, dia em que ela completaria 6 meses. Esconderam de mim e eu, entretida com os preparativos do casamento de uma amiga, na qual eu ia ser madrinha, não pude ir ao Hospital e quando tentava ligar, ninguém atendia ou só dava caixa postal.
Ironia do destino, recebi a notícia quando estava lendo o blog: Grávido pela primeira vez, e tive a idéia de colocar a fotinho da minha menina, como faz o pai de primeira viagem, autor desse blog, e estava ansiosa para contar isso à minha amiga e mostrar esse blog para ela.
Triste.
Até tinha feito um poema pra ela, pois esperávamos que ela só nasceria hoje, quando minha amiga completaria 6 meses de gestação. Ela ia chegar junto com a primavera, certamente seria uma flor.
Vou rasgar a droga de poema.

Vai, cai!

Sou toda mais ou menos:
Transito entre dois pontos,
escolho um terceiro.
Ora quero um colo,
ora só meu travesseiro.

Srta Coisa disse: "parece Leminski" - eu fiquei pra lá de feliz, fiz um hai kai que alguém associou a Paulito!!!!! Felicidade, foi o que srta Coisa me deu ao dizer a frase e completar: "Leminski e você tem tudo a ver".

Gosto

Tô sentindo um gosto de desgosto.
Gosto de domingo.

sábado, setembro 20, 2003

Convite

Falando em domingo e segunda, lembrei que quero ver Dom.
Alguém quer ir comigo nessa segunda-feira? Se quiser, me liga aí...

Definitivamente, não vou ao cinema domingo, muito menos nesse, tô morta!
Hoje fui madrinha de casamento e lembrei porque sempre disse: "Não vou em casamentos, nem no meu..."

Se a justiça enxergasse, todo domingo seria legal.

Ei, amanhã poderá ser um domingo legal, pois o programa do Gugu Liberato até o presente momento continua suspenso do ar, obtendo assim, alguma legalidade nas tardes ilegais do primeiro dia da semana.
Eu, odiadora ferrenha das tardes dominicais, mesmo sem me aproximar da caixa imediata produtora de imagens sem qualquer imaginação, creio que todos os programas, com exceção de alguns documentários exibidos pela TV cultura e, claro, a exibição dos jogos do campeonato brasileiro, deveriam ser suspensos do ar aos domingos, pois só assim a TV aberta não cometeria nenhum atentado contra a inteligência do telespectador e poderia não ser indiciada por atentado violento ao pudor, sem contar nas inúmeras ilegalidades cometidas pelos tais programas populares que violam sobretudo os direitos humanos, transformando ignorância em audiência, miséria humana em espetáculo.
Mas ainda que isso acontecesse, os domingos só seriam legais no sentido de cumprir leis, porque não consigo achar nada de bom nesse dia tão entediante.
Domingo é dia de prostrar-se diante da TV, de preferência com ela desligada, para poder ouvir aquela angústia inesperada após o exagero alimentar provocado pelo almoço caprichado das mamas de todas as famílias. Sair ao portão e seguir com o olhar aquele papel de bala guiado pelo vento por todas as retas e curvas da rua completamente deserta.
Domingo é dia de ligar para o amigo, ao findar a tarde, para tirar sarro da cara dele porque time para qual ele torce, perdeu; ou tirar o telefone do gancho para que ele não faça o mesmo, caso tenha sido o seu time o perdedor. É dia de namorar, para quem tem seu par, de sentir a mais completa solidão, para quem não tem ninguém.
Dia de ir à loca caçar, de ficar em casa e sonhar.
Domingo é dia de se suicidar, de morrer ao final da noite e levantar na segunda-feira, novinho em folha, de mau-humor, mas com a esperança de ter uma semana diferente, embora saiba que será igualzinha a todas as outras.

Sonhos e Delírios

Um belo dia ele me disse que transformaria meia hora de conversa comigo em uma boa história. Bom, se um dia eu deixar de ser um olhar coadjuvante das histórias alheias, já tenho a quem chamar para escrever a minha biografia.
Mas por enquanto, eu vou me aventurar a sonhar os sonhos alheios escritos por alguém que transforma delírios em boas histórias e me convenceu que conseguiria transformar o que eu digo em algo interessante para o leitor:

sexta-feira, setembro 19, 2003

Ei, isso é funk!

Foi o que eu disse para o Negro Anjo. Ele disse: "não, não deve ser..." - Logo respondi: "Olha, pelo menos cabe a palavra macho ali...".
Depois uma garota abriu a porta que separava o sofá da pista e a gente ouviu: "Elas estão descontroladas".
Que era Funkcarioca era, mas eu fiquei intrigada, pois não tem "macho" nessa música... Hoje, Pedrinho chega cantando:

"Não adianta de qualquer forma eu esculacho
Fama de putona só porque como seu macho
"


Eu sabia que tinha ouvido a palavra macho lá no supperclub!
Tudo bem que só ouvi... pegar que é bom, NADA!

quinta-feira, setembro 18, 2003

Da série: sorrisos que eu beijaria


Matt Damon

quarta-feira, setembro 17, 2003

Todo chinelo velho tem seu pé doente

Questiono-me o tempo inteiro, faço perguntas sobre a minha solidão. Antes não fazia, porém, parafraseando Simone de Beauvoir em Todos os Homens são mortais , já não é mais a solidão orgulhosa de outrora, agora sou uma mulher perdida sob o céu. Isso se deve ao ano atribulado que tive e ainda estou tendo, a como me senti sozinha, com a necessidade de ser amada.
Faço inúmeras teorias e perguntas como: "quem aguentaria uma mulher que não liga em sair de casa com pasta de dente no canto da boca, sem o menor saco de passar um batom e que filosofa até em propaganda de cachaça"?
Aquele discurso de que o importante é o conteúdo é muito bonito, mas sabemos que não é bem assim e, também, conteúdo demais irrita as pessoas. Filosofia demais enche o saco e eu sei que falo demais e irrito as pessoas.
Eu sou "demais", no sentido literal da palavra, não da gíria. No sentido da música do Tom Jobim, também. Às vezes acho que vou passar minha vida esquecendo uma pessoa, porque eu não sei esquecer, minha memória é uma maldição. Esqueço das coisas práticas, mas a subjetividade assombra meu cérebro e posso dizer cada detalhe de uma conversa que tive com alguém há mais de dois anos, inclusive seus gestos.
Contudo, acho que, apesar de tudo, apesar de estar sozinha, tenho me feito outra pergunta, muito mais importante. Tenho perguntado se vale realmente a pena querer parecer alguém que não sou, só porque algumas pessoas se irritaram com meu jeito, porque me senti ridícula em algumas situações e, principalmente, se sou tão ruim assim como tenho me pintado (e como algumas pessoas me pintaram também).
Minha madrinha dizia: "todo chinelo velho tem seu pé doente". Devo ter meu pé doente, quem sabe o velho chinelo guardado atrás da porta, saia de lá hoje mesmo. Quem sabe ele resolva andar sozinho, sem pé algum. Ou talvez eu encontre, já na maturidade, um amor, dado assim, de presente....

Campo de flores

(Carlos Drummond de Andrade)

Deus me deu um amor no tempo de madureza,
quando os frutos ou não são colhidos ou sabem a verme.
Deus-ou foi talvez o Diabo-deu-me este amor maduro,
e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor.

Pois que tenho um amor, volto aos mitos pretéritos
e outros acrescento aos que amor já criou.
Eis que eu mesmo me torno o mito mais radioso
e talhado em penumbra sou e não sou, mas sou.

Mas sou cada vez mais, eu que não me sabia
e cansado de mim julgava que era o mundo
um vácuo atormentado, um sistema de erros.
Amanhecem de novo as antigas manhãs
que não vivi jamais, pois jamais me sorriram.

Mas me sorriam sempre atrás de tua sombra
imensa e contraída como letra no muro
e só hoje presente.
Deus me deu um amor porque o mereci.
De tantos que já tive ou tiveram em mim,
o sumo se espremeu para fazer vinho
ou foi sangue, talvez, que se armou em coágulo.

E o tempo que levou uma rosa indecisa
a tirar sua cor dessas chamas extintas
era o tempo mais justo. Era tempo de terra.
Onde não há jardim, as flores nascem de um
secreto investimento em formas improváveis.

Hoje tenho um amor e me faço espaçoso
para arrecadar as alfaias de muitos
amantes desgovernados, no mundo, ou triunfantes,
e ao vê-los amorosos e transidos em torno,
o sagrado terror converto em jubilação.

Seu grão de angústia amor já me oferece
na mão esquerda. Enquanto a outra acaricia
os cabelos e a voz e o passo e a arquitetura
e o mistério que além faz os seres preciosos
à visão extasiada.

Mas, porque me tocou um amor crepuscular,
há que amar diferente. De uma grave paciência
ladrilhar minhas mãos. E talvez a ironia
tenha dilacerado a melhor doação.
Há que amar e calar.
Para fora do tempo arrasto meus despojos
e estou vivo na luz que baixa e me confunde.

terça-feira, setembro 16, 2003

Antes de ir dormir: momento PAM

Estou vendo a vida passar, permissiva, passiva, até a morte.

(Desde que ouvi a sigla, quis usá-la numa frase! Acho que sinto-me tão feliz quanto Caetano ao usar a palavra "avesso" em "Sampa")

Ontem

Trilha sonora: "Ok Computer" - Radiohead
Conto: "O Capote" - Gógol
Poema: "Convite triste" - Carlos Drummond de Andrade
Romance: "Angústia" - Graciliano Ramos

-Você leu o romance ontem?
Não, né? Dei uma folhadinha, já li esse romance, tão "Crime e Castigo"...
Só dei uma relida nas passagens que eu mais gosto.




domingo, setembro 14, 2003

Se acaso me quiseres...

Conheci um anjo, um negro anjo que me odiou. Sim, eu sou uma pessoa de fácil "odiação", difícil "aceitação". Segundo o próprio, sem noção...

Mas, como tudo na vida muda, dá volta, o negro anjo agora cuida de mim nas baladas... (piada interna!)

Bom, apresento:



***E quero ler alguém dizendo que MEU blog é gay! -(Diretamente direcionado à dona do palácio e ao seu Superid)

Aí, pergunta o meu coração, que prazer tem bater se ninguém vai ouvir...

Final de semana regado à festa electro (nome bonito pra funk de gringo), regado a choconhaque, muitas risadas, pessoas legais, a companhia mais que agradável de Sid em todos os lugares. Final de semana ROSA.

Mas apesar de tudo, o coração pergunta: "que prazer tem bater se ninguém vai ouvir?" - e não pára de perguntar milhares de vezes, a cada batida, a cada tum tum que ninguém ouve ou se importa com seu bombeamento. Respondo a ele: " bate para manter-me viva" - mas logo retruca- "está viva mesmo?".
Coração sábio, nem parece que é meu. Faz pergunta difícil, não sei responder. Que prazer tem bater, ninguém vai ouvir. Ninguém quer ouvir... e às vezes pergunto: eu quero que ouça?
Pergunta difícil faço a mim mesma, em alguns rompantes de inteligência. Não sei responder. Mas ele continua batendo e cansado de apanhar. Apanhou e ficou com medo, muito medo, mas agora surpreende-me com tais perguntas, com a necessidade de uma cabeça em meu colo ouvindo-o. Com a urgência de bater descompassado e nervoso, transbordando de prazer por saber que alguém quer ouvi-lo... que alguém vai ouvi-lo...

quinta-feira, setembro 11, 2003

Ei, você aí

Ei, você. É, você mesmo. Já se apaixonou? Já se encantou com detalhes de alguém que só você consegue enxergar e que ninguém mais vê? O jeito com que ele ou ela sorri, com que fica em silêncio e desvia o olhar timidamente por algo que alguém tenha dito. Às vezes até pela forma com que a pessoa fica nervosa e você, conhecendo-a como só você a conhece, percebe imediatamente o que está havendo.

Sabe aquele hesitar de mãos? É, esse mesmo... e aquela felicidade inesperada que arrebata-o logo cedo, transformando um dia chuvoso e aparentemente sem graça, num dia lindo só porque você recebeu um e-mail, um telefonema, ou o encontrou no dia anterior.
Ah, as possibilidades... ela é uma possibilidade, ainda que remota, mas você tem nela uma possibilidade. Já disse um poeta mineiro, Jovany Sales Rey, em seu livro "Possibilidades": "não há vinho tão inebriante quanto a champanhe cintilante da possibilidade".

E quando bebemos dessa champanhe, passamos a suspirar reticências... Já suspirou reticências? É bom, né?

Pois é, há dois anos que não sinto nada disso. Em pensar que há dois anos atrás, exatamente quando aconteceu o atentado, eu estava tão apaixonada que só fiquei sabendo da notícia porque meu irmão falou. De qualquer forma, não me queixo, o inesperado quer chegar, eu deixo*.
Mas ô inesperado que nunca chega!!!


* Adriana Calcanhoto em "Bagatelas".

quarta-feira, setembro 10, 2003

Coisinhas

Primeiro: Pedrinho aceitou meu pedido e ontem foi aniversário dele, todo mundo deixando parabéns aí prêle!!!

Segundo: Estou triste, muito triste e essa semana vou ver se meu "filho" vai sobreviver. Não, não é uma metáfora, não é a minha já sabida "gravidez de felicidade". Minha melhor amiga está quase perdendo o bebê pela terceira vez e sei lá, se você tem fé, sabe rezar, acredita no poder da mente, então faz um favor pra dama e mande pensamentos positivos para que até dia 20, quando ela completa 6 meses de gestação, o bebê não teime em querer nascer, porque de 5 meses os médicos falaram que ele não sobrevive.

Terceiro: Post meu nos Detalhes Distantes, entrem lá e conheçam meu lado filosófico canastrão.

Fui.

terça-feira, setembro 09, 2003

Indiereta mais que direta!

Pedrinho convidou-me e disse: "quero você lá".
Vamos à aulinha de português:

O verbo querer, quando utilizado como verbo transitivo direto (VTD), ganha o sentido de "desejar", como o verbo uelle que significa querer (em latim), mas tem um sentido maior de um simples querer.
Se eu digo: "quero você"- estou dizendo que desejo a quem estou destinando o "você". Portanto, Pedrinho acaba de me dizer que estará me desejando no local onde comemorará o seu aniversário.

Então, pergunto ao menino experimental:

Posso considerar como um SIM ao meu pedido de casamento?


domingo, setembro 07, 2003

Ai, se eu fosse você... eu voltava pra mim de novo!

Meu irmão foi ver "Lisbela e o Prisioneiro", eu não vi ainda e não sei se irei ver. Nada contra o Guel Arraes, muito menos aos atores. É que esse filme é uma adaptação da peça de Osman Lins, autor de "Avalovara" que é um livro que eu AMO, e o Edu fez a coisa mais fofa do mundo ao me dá-lo de presente. Tenho medo de me decepcionar demais e por isso não vi.
Ao chegar em casa, meu irmão pergunta se eu conhecia a música que a Elza Soares canta na trilha. Pedi para que ele cantarolasse e... Céus! É "Espumas ao Vento", uma música gravada pelo Fagner, mas é de Accyoli Neto.
Essa música me lembra quando estive em Aracaju! Ai que saudade de Aracaju... que saudade de Atalaia Velha, da rua 24, do Barramares, de todos os bares da Orla, e foi num desses bares que conheci essa música. Confesso que não foi nada agradável ouvir: "Ai se eu fosse você/eu voltava pra mim de novo", pois eu tinha acabado de levar um pé do meu primeiro namorado e tinha ido pra lá na intenção de afogar as mágoas e esquecer...
Mas hoje, acho até engraçado... E essa música cantada pela Elza Soares ficou maravilhosa! Se a Elza tivesse gravado nos idos de 98, acho que até mandava pro meu ex... ah, com a Elza dizendo pra voltar, eu voltaria, vocês não?

"Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir "


(Chico Buarque - "Eu te amo")

Só entende quem menstrua - Parte III

Primeiro mês de namoro:

- Oi, tudo bem?
- Mellhor você não me perguntar isso...
- Ué, por quê?
- TPM, vou querer explicar, vou chorar... tá tudo ruim...
- Ô, meu amor, vem cá que eu te dou colo.
Dias depois:
- Tá tudo bem?
- Não. Cólica.
- Vem cá, eu te aperto nos braços e te esquento.

Quarto mês de namoro.

- Entra aí.
- Que delicadeza!
- Ih! TPM... ô droga, acho melhor a gente nem sair hoje.
- É também acho. Você tá um chato!

Dias depois:

- Que foi?
- Cólica.
- Ô droga! Melhor nem sair, não sei o que é pior, TPM ou CDM. A gente nem vai poder transar.
- Você só me leva pra sair por esse motivo?
- Hum... é... quero dizer... cla.. claro que, ah, eu vou indo, até, toma um remédio pra ver se melhora.

Sexto mês de namoro:

- E aí, tudo bem?
- Tudo e você?
- Ei, não era a época de TPM.
- Era sim, nem lembrava...
- Xiiiiiii...

Dias depois:

- Tudo bem?
- Tudo.
- Mesmo?
- Mesmo.
- Cólica?
- Não, não menstruei.
- Como não? É o dia, não?
- Ah, não sou tão reloginho assim... vamos esperar mais dois dias...

Cinco dias depois:

- Desceu?
- Você me ligou há cinco minutos atrás perguntando a mesma coisa. Já disse que te aviso.
- Não esquece, hein?
- Tá, que horas você vem me pegar?
- Às 21hs.
- Eu te espero.


- Oi, tudo bem?
- Não, cólica.
- Sério? Desceu?
- Sim, tentei te ligar, mas seu celular só dava caixa postal.
- Devia estar fora da área.
- É.
- Mas assim, é certeza?
- Claro, eu tô morrendo de cólica! Dói tanto...
- Uhu! Eu te amo! Deus existe! Deus existe! Vem cá, meu amor, eu te aperto nos braços e te esquento.




sábado, setembro 06, 2003

Nota para explicação

Isso aqui é um BLOG, ou seja, uma página em que você escreve a besteira que quiser, a hora que der vontade. Não é um jogo de damas, ou até pode ser um jogo de damas, no sentido de "entre damas", porque sou uma Dama com um jeito um tanto "aviadado" e vivo falando de TPM, mudança de comportamento, escravidão hormonal e outras coisas.
Então, queridos, se vocês vieram atrás de um jogo, só vão encontrar jogos de palavras de uma mocinha com a cara da Bety Boop, a quantidade de álcool da Rê Bordosa, o humor da Mafalda, a sorte do Charlie Brown, a facilidade em se expressar da "fessora"- (sim, da tirinha do Charlie Brown), e a imaginação do Calvin!
Esse espacinho em azul, escrito: "jogue comigo", é para que vocês digam algo sobre o que eu escrevi, ou então, sobre o que quiserem. Podem até me falar: "oi, legal o seu blog, visita o meu"- que eu não ligo, acho até que pessoas assim dizem a que vieram, ou seja, vieram para que eu as visite. Podem falar mal, dizer que eu tô viajando, enfim, podem que eu deixo vocês se expressarem da forma que quiserem, afinal, coloquei comentários para isso.
Mas é que esse povo que diz: "quero jogar damas", ou então: "vou te ganhar", eu não faço idéia do que está querendo, já que é só ver o layout dessa página e perceber que não tem nenhum tabuleiro. No msn messenger versão 6.0 tem jogo de dama, no yahoo jogos também. AQUI NÃO!
E pra jogar essa dama para algum lugar, vai ter que ser no mínimo gente boa, e se for uma pessoa encantadora, eu mesma jogo-me "a teus pés..."
Agora, pra ganhar a dama aqui, flores, presentinhos, um cinema, um botequim... ôpa, isso é coisa do Sid... eu tô mais pra livros de filosofia, linguagem, literatura russa, filosofia, poesia, filmes chineses, franceses e italianos, teatro...
Hum, começo a entender porque ando sozinha...

Da série: Sorrisos que eu beijaria


Wagner Moura




Moura, beduína, mouros... hum...

Perguntas importantes para Humaninade

" Cu de play tem dono? "
(Dona do Palácio)

quinta-feira, setembro 04, 2003

Para uma amiga

Queria pedir desculpas. A internet tem dessas coisas, às vezes alguém quer falar com você, manda mensagens que você não pode responder, porque tem alguém do seu lado.
Foi isso que aconteceu ontem, meu tio estava do meu lado e eu não pude dar a atenção devida a uma pessoa que, apesar de não saber nada sobre ela, gosto de um jeito que eu jamais saberia explicar.
Ainda escrevo, seja nesse blog, ou nos meus inúmeros arquivos do word, ou mesmo em caderninhos de anotações, porque há um tempo atrás recebi o e-mail dela dizendo que os meus escritos a faziam bem. Já disse Drummond que lutar com palavras é vão. Concordo, mas sempre disse a mim mesma que se os meus versos, ou minha prosa, tocassem alguém que eu jamais vi, ou soubesse quem é, valeria à pena tê-los escrito. E esse e-mail me fez achar que valeu.
Esse poema é um dos meus primeiros, é triste, sou uma dama um tanto triste, fala sobre os meus versos e quero oferecer à Kilvia, já que desde seu e-mail, tornou-se uma das mais freqüêntes destinatárias dos meus escritos:

Triste

Para Kilvia

Meu verso é triste quase um grito
Que se encanta em cantos e simplicidade
Palavras a fingir o que sinto
andando à beira da insanidade

E se mostra em versos a solidão
emana a lágrima e precede o pranto
de uma dor que explode e se faz canto
unindo em partes meu coração

É fogo que aqui dentro arde, pura vida
paixão escondida que por meus dedos corre
razão de um sonho d'alma expandida
num olhar tristonho de alguém que morre.



terça-feira, setembro 02, 2003

Como é grande o meu amor por você

Existem pessoas que quando entram na sua vida, entram pra ficar. O
Márcio é uma delas. Caramba, além de ser uma pessoa linda, maravilhosa e que me faz sentir realmente amada, ainda consegue me arrancar sorrisos dedicando poemas à essa pobre dama que respira poesia.

Eu ia agradecer nos Detalhes Distantes , mas há tanto tempo que eu não recebo nada dedicado a mim que achei melhor agradecer aqui e deixar o poema como último post do blog, ao menos por enquanto.

Márcio, EU TE AMO MUITO!

A vida em cinza

Desci na Av. Paulista, próximo ao metrô Consolação, após duas horas dentro do ônibus. O famoso Paraíso que sempre pegava para ir à Cásper Líbero quando estudava lá. Queria pegar a sessão das 19hs de um outro filme, não ao que eu assisti. Queria ter ido ao Belas Artes, não ao Espaço Unibanco. Ao contrário do que todo mundo pensa, eu ODEIO o Espaço Unibanco, mas eu não posso fazer nada se os filmes que nunca chegam às locadoras perto da minha casa, só passam lá. Fora isso, Shoppings são ainda piores, eu me sinto ainda mais extra-terrestre nesses lugares. Tudo é sempre muito caro, inclusive o ingresso para o cinema, e as pessoas me olham com ar de: "Ela se acha suficientemente magra, bonita e bem vestida para estar aqui? Coitada..."
No Espaço Unibanco eles me olham com ar de: "Ela se acha intelectual e cool o suficiente para estar aqui?" Mas pelo menos lá, se eles puxarem papo comigo, eu cito uma meia dúzia de escritores que eles jamais ouviram falar, falo daquele filme do Fellini que eles acham que entenderam e indico as melhores traduções de alguns escritores Russos que eles juram que gostam, mas nunca leram nenhum dos livros menos divulgados.
Vi o filme "Amarelo Manga", o único que tinha sessão às 20hs. O do Paulinho também, mas ver pela quarta vez é demais. Bom filme, embora eu só ouça tanto palavrão ao mesmo tempo quando encontro com minha tia. O Matheus está impagável.
Saí do Espaço Unibanco e segui meu rumo à Paulista. Não gosto de pegar ônibus em frente ao McDonald's que faz esquina com a Augusta. Tenho manias esquisitas, uma delas é ter trauma de deteminados pontos de ônibus. Na Paulista, por exemplo, eu me recuso a pegar ônibus no ponto da Gazeta, porque me lembra a época em que eu estudava na Cásper Líbero. O da Augusta me lembra o dia em que meu pai caiu no banheiro e eu lembro até a data: 18 de dezembro do ano passado.
Gosto mesmo é do ponto ao lado do metrô Trianon /Masp, porque ali eu dei o melhor beijo da minha vida, tive conversas maravilhosas com meu sobrinho dentro da "casinha de metrô" e fiquei horas conversando com a Fabi e o Eduardo quando eles estiveram em São Paulo.
Enquanto seguia meu rumo para o ponto, ao lado do metrô Trianon/Masp, um casal no MASP me chamou atenção. Se beijavam tão apaixonados que deu vontade de beijar também. Não o casal, mas alguém que estivesse com vontade de me beijar... Os últimos beijos que dei, acho que as pessoas não estavam com vontade de me beijar.
Continuei minha caminhada e vi uma moça muito feliz por encontrar um rapaz que ela não via há muito tempo. Era tanta felicidade que tive vontade de encontrar alguém que não via há muito tempo, contudo, não me lembrei de ninguém, que more em São Paulo e eu não veja ou não fale há muito tempo, que fique muito feliz em me encontrar.
Por fim, peguei um ônibus estranho em que você passa na catraca para entrar e passa de novo pa sair e voltei pra casa ao som de "Say a little prayer for you"...
Cheguei em casa e, como não poderia deixar de ser, na rua a trilha sonora era Racionais MC's...


*** Isso era para ser uma carta para o Felipe, mas achei triste demais e resolvi colocar no meu blog mesmo.

segunda-feira, setembro 01, 2003

Dois anos se não houvesse acordo

Hoje faria dois anos se não tivéssesmo feito o clássico acordo. Ele com o pé..

Mas tudo bem, ele sempre será "o meu amor, a minha paz" e eu sei que também sou pra ele... Fazemos um belo "Dueto".