quarta-feira, julho 27, 2005

O norte fruminense é cocrante.

Após uma noite não dormida e mal acomodada, cheguei quando a lua dava lugar ao sol. Uma rainha vitoriana desembarcando no Kenia - me disseram - por causa do meu sobretudo alemão, necessário em noites frias paulistanas e em viagem de ônibus de São Paulo para Macaé, sem o fornecimento de cobertores e com o abuso do ar condicionado. Foram 4 dias, como no filme "As Pontes de Madison", que passou na viagem de volta.
Foi muito bom estar com aquelas pessoas, ver o mar, viajar. Desses quatro dias, destaco o primeiro. Muitos problemas para conseguir estar ali: caí na Paulista, mala pesada, dois ônibus, metrô, um moço sem noção de espaço, frio e TPM. Mas todos eles se fizeram insignificantes no momento em que vi meus dois grandes amigos me esperando chegar na rodoviária e sumiram quando fomos a um bar que não lembro o nome e, por isso, chamarei de bar do Zé, o garçon simpático e atencioso.
Ali eu ri como há muito tempo não ria. Estava acompanhada de duas pessoas extremamente importantes, inventei nome pra drink e me diverti sem pensar em nenhuma outra coisa além do momento em que vivia. Carne seca com aipim, carne de sol com batata frita. Cerveja e caipirinha. Muitas tentativas de achar um drink para alguém quase abstêmio - todas vãs, diga-se de passagem.
Enquanto uma nada bebeu, o outro na segunda caipirinha já estava bêbado e quem inventou que todo bêbado é chato, não o conhece, pois ele fica incrivelmente divertido. Seu semblante sério dá lugar ao rosto de uma criança brincando na rua pela primeira vez. Transborda felicidade. Perde a culpa do mundo e vive o instante. Vive o que quer viver sem medo. Exagera, mas não perde o controle. Muda completamente sem perder sua personalidade única. Contagia e embriaga de alegria todos os que estão à sua volta. Éramos três embriagados, mesmo quem do álcool só queria o chocolate. Mesmo quem embriagada vive sóbria.
O mar bravo, o morro da cascavel ? escuta o chocalho! Tati quebra barraco se enamora de quem vê você passar perto das flores. Parece que elas querem te roubar com Marco Polo e o Estrangeiro. Ai que vergonha mais sem-vergonha! Que decepção divertida! Um dia pra ficar na minha história surreal que tem gosto de bebida pra inverno rigoroso em bar de cidade praiana. Um dia que entrará no cardápio.
"Não conte a ninguém": o norte-fruminense é cocrante e eu peguei! Ainda que atrapalhada, ainda que minha leve impressão de que já vou tarde insistisse em se manifestar, experimentei e pedi um pouco mais. Guardei a Sexta-feira no bolso e trouxe o vento forte empurrando as ondas. Essa paisagem está onde eu gosto: na janela. Na Janela da Alma.

sábado, julho 16, 2005

Novela Mexicana. Cena 90984983948938493:

Maria Dolores, enlouquecida, se joga no chão parecendo uma mistura de peru bêbado e alce epilético, para tentar, em vão, chamar atenção de Deus que tornou-se adepto da moda blasé londrina institucionalizada como comportamento necessário e obrigatório por paulistanos translúcidos, noturnos, retrô-passivos e patéticos.

Novela Mexicana. Cena 90984983948938494:

Maria Dolores, bêbada, tem uma crise de choro enquanto espera Civilização -Macondo 6253, uma hora e meia atrasada. A imagem de José Adalberto se atracando com um travesti não sai da sua cabeça. Foi inevitável constatar que o traveco estava com tudo muito mais em cima do que ela.

Voltei! Após longo inverno!

Mais rodopiante do que nunca, volto ao mundo blogal em nova fase damística.
Bem, eu tinha criado outro blog, mas não gostei da uol, fico por acá mesmo.

Saudades de todos, daqui a alguns mintuos eu faço texto.