quinta-feira, setembro 23, 2004

VOTE PORRA!

Não, não é uma frase de um filme brasileiro da década de 70. É só o partido político que eu quero fundar. Quem sabe lançar a candidatura do PC Pereio.
A campanha seria algo mais ou menos assim:

(uma cena parecida com a dos filmes da década de 70 e o Pereio com sua voz de Deus* fala:

Vote PORRA! Vote 69!
Nem oposição, nem situação. Só uma posição.

Bem melhor que "meu nome é Eneas", não acham?

* Agradecimentos ao meu amigo Don que disse: "Se Deus tem voz é a do Pereio".

terça-feira, setembro 21, 2004

Minha Musa:

Ela é linda, cheia de curvas, fez filme do meu diretor favorito, Fellini, e contacenou várias vezes ao lado do meu ator favorito, Marcelo Mastroianni.
Ela é tudo que eu gostaria de ser...

imagino como seria te amar

teria o gosto estranho das palavras
que brincamos
e a seriedade de quando esquecemos
quais palavras
imagino como seria te amar:
desisto da idéia numa verbal volúpia
e recomeço a escrever
poemas.

(Ana C.)

domingo, setembro 19, 2004

Procura-se o equilíbrio Aristotélico:

Desaparecido desde a morte de Aristóteles.

As única informações que tenho, são dos escritos deixados pelo Filósofo.
Por favor, se alguém tiver alguma prova de sua existência e souber onde encontrá-lo, avise-me urgentemente.
Ofereço boa recompensa.

Agradeço.

Se precisa de um amigo, arrume um cachorro!

Quando o presidente Figueiredo disse que preferia cavalo ao povo, todo mundo ficou horrorizado - não foi bem isso que ele disse, mas eu era muito nova para lembrar .
Devo confessar que nem lembro direito dele, mas às vezes concordo com essas afirmação, quero dizer, eu sou pobre demais para preferir cavalos, então troco para cachorros. De preferência vira-latas abandonados. Cada vez que alguém deixa um bichinho na Cidade Universitária, eu entendo menos a afirmação de que o homem é o único animal racional.
Eu falo dos bichinhos para não expandir o assunto e entrar em outras vertentes irracionais como o silicone, o voto obrigatório, o governo FHLula, o Bush filho, a escola russa, os homens- bomba, entre outros.

sexta-feira, setembro 17, 2004

Rápidas que hoje eu não tô boa:

Alguém aí pode me explicar por que o governo federal gasta dinheiro com propaganda e campanha para o brasileiro votar se nesse país o voto é obrigatório?

***
Tô pensando em abrir uma casa de massagem. Não farei massagens, queridos leitores, não preciso pagar faculdade, estudo numa pública. É que os caras cobram caro pra caramba por uma suíte. Liguei para um monte e todas cobraram uma facada para liberar uma suíte como locação. E olha que eu disse que não precisava incluir a massagista no preço...
***
Hey, ho, let's go!
Mais um Ramone se foi. Johnny.
Trevas! Eu gostava dele.
***

sexta-feira, setembro 10, 2004

Quarto em Desordem


Eu perco tudo e me perco em meio as minhas perdas...
Perco a cabeça e tudo se perde em pensamentos...
Eu acabo de perder algo importante e tô perdida
....
..
Sinto-me como uma criança que perdeu o dinheiro do pão e está com medo de voltar para casa, repetindo a si mesma: "Meu pai vai me bater!"
A criança tem tanto medo que fica dando voltas e acaba se perdendo.


terça-feira, setembro 07, 2004

Primeiro dia de Balzaca.


Foi como tinha de ser, uma reunião com os amigos mais íntimos. Parecida com a do ano passado, inclusive, com a diferença da presença dele, fazendo suas piadinhas, brincando com os meus amigos, sendo o centro das atrações como sempre. Parecia que a festa era para ele, e eu, a aniversariante, apenas uma coadjuvante. Algo como naqueles filmes em que o aniversariante só aparece porque se precisa de uma festa para que a estrela principal possa brilhar.
Esse ano, embora tenha sido uma comemoração agradável, não havia estrela do filme. Todos se divertindo bastante enquanto eu passeava de grupo em grupo, conversando sobre amenidades. Acho que minha vida pode ser resumida a isso: passear de grupo em grupo conversando amenidades.
Confesso que pensei que ele iria aparecer, de repente com um caranguejo na mão... Chegaria no meio da festa, sorriso lindo iluminando seu rosto de menino que fez arte, e roubaria a cena, como sempre fez.
Foi assim quando nos conhecemos. Num momento eu estava triste, sem saber o que fazer da minha vida, ele chegou e roubou a cena. Não lembro exatamente do que aconteceu, só lembro que quando me dei conta, estávamos andando de mãos dadas, sem que eu sequer tivesse percebido o momento em que ele pegou na minha mão.
Esse ano, deixou um recado na secretária avisando que teve que viajar, por isso não poderia aparecer. Foi cínico ao lembrar que eu não o convidei. Eu sei que deveria tê-lo convidado, mas ele me ignorou solenemente, logo após o término do nosso relacionamento, quando fui convidá-lo para uma festa. Fiquei arredia, foi inevitável. E, talvez, nem seja questão de orgulho, é o fato de que, pelo menos uma vez, eu gostaria muito de que ele tomasse a iniciativa. Durante todo o tempo eu tive que fazer tudo sozinha, até mesmo para que ele me tocasse eu tinha que trazê-lo junto a mim. Tá certo que depois do primeiro passo, ele pegava no tranco, só que, sem perceber, ele acabou com minha auto-estima, nesses pequenos detalhes. E eu precisava de tão pouco...
Passei um longo período me perguntando se ele era assim com todas, até que um dia o vi com outra e percebi que não. Ele parecia bem feliz ao lado dela, como se não conseguisse ficar dois segundos sem tocá-la. Foi a primeira vez que eu o vi com outra e por isso não deixei que me visse. Não queria que me surpreendesse chorando. Depois, eu acabei me acostumando em vê-lo na companhia de outras mulheres.
Talvez eu devesse colocar um ponto final em tudo isso, o problema é que quando eu tento fazer isso, ele sempre dá um jeito de aparecer na minha vida, embora nunca seja do jeito que eu gostaria. Foi só terminar de arrumar a bagunça de ontem, pensar em ir ao cinema e me arrumar, que o telefone tocou:
-Alô?
-Oi, menina, recebeu meu recado?
-Ah, é você. Sim, recebi. Já chegou de viagem?
-Cheguei hoje.
-Cê foi viajar mesmo ou tava tre... ou era uma desculpa?
-Claro que fui, não tava trepando com ninguém não.
-Bem, se era pra saber se recebi o recado...
- Na realidade não, eu queria te chamar para ir ao cinema. Tá a fim?
-Bem, eu estava saindo para isso...
-Ah, legal, te pego em uma hora, pode ser?
-Não precisa, nos encontramos lá.
-É melhor eu te pegar, é que eu tô servindo de babá prum gringo e ele quer ir ao cinema, só que é pra ver um filme do Godard. Eu mereço, né? Só vejo filme do Godard para tentar comer intelectuais, você deve saber disso.
- Eu nunca te chamei pra ver Godard...
-Não, mas me chamou para ver peças de teatro experimentais... Bem, o fato é que você é a única pessoa que eu conheço que agüenta Godard sem dormir, então disse a ele que eu não iria, mas eu tinha uma amiga que poderia acompanhá-lo.
- ... eu não sei por que ainda não te mandei pra puta que pariu. Renova seus amigos...
-Ah, o que custa? Pô, cê ia ver que filme?
-Passion, do Godard...
- Aí, tá vendo? Te arrumei companhia. O cara é gente boa. Quebra essa, vai?
- Mas por que uma hora? Eu já estou pronta
-É que eu tenho que buscá-lo antes...
-Tá bom, eu espero.
-Por isso que eu te amo!
Eu odeio quando ele faz isso! Eu deveria ter dito outro filme, eu sei, até tentei, mas não consegui.
Por que eu nunca vejo o que está passando em Shopping? Sou uma boba mesmo. Agora é esperar e ver no que dá...

sábado, setembro 04, 2004

Íntimo e pessoal II

Eu tenho a estranha mania de comparar pessoas a desenhos animados e situações a cenas de filmes. Se há uma incompatibilidade de horários eu digo que vivo um "Feitiço de Áquila", se alguém me assusta, penso em um desenho animado com o qual a pessoa se pareça para me sentir à vontade. Se me apaixono, viro o gaguinho e tenho a mesma imbecilidade do coiote atrás do Papa-léguas.
Sou uma cebola, ou um ogro se você preferir, às vezes estou na porta do cinema, esperando alguém que, talvez, só apareça daqui a 15 anos, ou então, vá me deixar lá, assistindo ao filme que poderia ser minha sem mim.
Nada mais próximo de mim que Cabíria, nada mais sublime que ficar horas vendo os filmes do Fellini.
Tudo é sempre um filme, na maioria das vezes um filme de animação, tudo é como "Waking Life", um sonho do qual eu não consigo acordar, onde pessoas dizem várias coisas sobre o que é a vida para elas. Coisas que eu também penso ditas por quem não conheço. Um sonho do qual eu não consigo acordar.

Mas eu tenho o grande defeito de não saber ir embora no momento em que sobe os créditos. Eu tenho a teimosia de querer saber o depois do "felizes para sempre", do "The End".
É por isso que eu sempre carrego comigo "a leve impressão de que já vou tarde..."
Preciso aprender a ir embora no exato momento em que sobem os créditos finais.