A verdadeira revolução está no puteiro!
O que seria dos seres humanos sem a profissão mais antiga do mundo?
Como Jesus iria mostrar perdão e amor, sem Maria Madalena? Se não fosse ela, quantos poemas, quantas músicas não teriam sido compostas, por se tratarem da máxima: "Quem não houver pecado que atire a primeira pedra"?!
Além disso, o que seria de nós, pobres mortais, se não pudéssemos dizer isso, quando acusados por algum erro?
Pois é, só na primeira prostituta citada, tantos agradecimentos, por isso, acho melhor passar de uma forma genérica pela História e ater-me, basicamente, à profissão.
Se não fossem as moçoilas, "Diário de uma cortesã", de Luciano de Samósata, não chegaria às nossas mãos e não teríamos momentos agradáveis de leitura. Nossa queridíssima "Dama das Camélias", por exemplo, jamais existiria e, diga-me, cara leitora, o que seria de nós sem esse romance?
Ainda em literatura e na minha humilde opinião, "Crime e Castigo" sem a Sônia perderia muito, mas muito mesmo e Eça de Queirós não poderia ter escrito o melhor trecho de "O Primo Basílio", quando descreve Juliana mostrando o calcanhar na praça, atitude, naquela época, apenas das grandes heroínas da nossa sociedade.
Se pularmos para o cinema, pegunto às meninas românticas e sonhadoras, como povoar nosso sonho de príncipe encantado sem Richard Gere aceitando Julia Roberts, mesmo sabendo que ela era uma prostituta em "Uma linda mulher"? Aliás, que graça teria se ela fosse apenas uma linda mulher?
Ou mesmo, se não fosse a profissão, Sharon Stone estaria ainda na cruzada de pernas e não em sua brilhante atuação como uma prostituta em "Cassino". E tantos outros filmes maravilhosos que contam a vida dessas que escreveram a História do mundo e a História da Arte pelo buraco da fechadura.
Entrando no cotidiano, sem essa profissão, muitos rapazes não teriam sua primeira vez, muitas moças não pagariam sua faculdade, muitos pais e padrastos jamais teriam sua reputação abalada e as acusações de abuso sexual dentro das famílias continuariam sendo um segredo, desses que todo mundo sabe, mas não quer dizer. Graças a elas, sabemos que pais e padrastos são capazes de fazer isso, afinal, 75% delas foram abusadas por eles. Quero dizer, as antigas, as novas precisam pagar faculdade.
Sem falar na contribuição linguística que nossas amigas deram ao mundo inteiro. O que seria de nós sem o xingamento favorito de todas as línguas, cujo sentido é o mesmo em todas elas, coisa raríssima de acontecer?
É por essas e outras que eu digo sempre aos meus amigos marxistas para esquecerem o proletariado! Não há proletariado mais no mundo, mas prostituta há e sempre haverá! Precisamos delas! Não há graça no mundo sem a profissão mais querida e antiga.
Adendo: ouviram falar na manifestação das prostitutas espanholas que escreveram num cartaz que o primeiro ministro não era filho delas? Pois é, isso sim é manifestação consciente e inteligente! Temos tanto a aprender...
domingo, agosto 15, 2004
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4 comentários:
Não usei ainda o meu sistema de comentários! É legal.
GENIAL o protesto das prostitutas espanholas, GENIAL!
Que texto! Assim vai atiçar a vontade da mulherada de virarem prostitutas tia Nice!
Fiquei sabendo de coisas que não fazia idéia antes de ler esse texto. Muito bom!
Esperar um simples legal não vai adiantar tia, porque ninguém em sã consciência dirá que ele é simplesmente legal.
É verdade, o mundo precisa delas...das prostitutas...
Se mexicanos gritam Viva Zapata!, eu, pobrezinho brasileiro, brado: Viva Az Puta! ( com erros do meu português ruim,hehehehe)
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