Yesterday I'm in love*
Eu tenho que fazer dois poemas até segunda-feira para duas pessoas que estão entre as pessoas que mais amo no mundo. Nada mais, nada menos, que os meus dois melhores amigos. Um de cada sexo... um de cada jeito... lembrar cada gesto...
Só tenho um problema: toda vez que eu tento, o poema fala de outra pessoa que não eles...
Alguém pode me dizer por que a gente fica idiota quando tá apaixonado?
Precisava compartilhar isso.
Outra boa pergunta: Por que quando a gente tá apaixonado, gosta de anunciar?
* Já leram "El Perseguidor" do Cortázar? É sobre um músico de Jazz que diz: Isto eu estou tocando amanhã.
Se você gosta de Jazz, gosta de música, leia. É bem legal.
O que isso tem a ver com o post? Nada... é que o título foi inspirado na frase "isto estou tocando amanhã", além disso, eu sou uma menina legal que gosta de dar dicas legais.
domingo, novembro 28, 2004
sábado, novembro 27, 2004
Perdida.
Momentos difícieis de novo. A nuvem negra que acompanha a minha cabeça, hoje choveu e tá com cara de que vem tempestade por aí.
Por outro lado, bons ventos o trazem, bons ventos me trazem. Tá tudo tão aborrotado, confuso, misturado. Dói e ao mesmo tempo não a sinto. A queda é livre, sem pára-quedas, mas há de ter uma cama macia me esperando.
E se não houver, não me preocupo. Há de ter um chão para que eu coloque meus pés nele...
Fico por aqui, na esperança de voltar com um sorriso, uma rosa e quem sabe, um homem azul...
domingo, novembro 21, 2004
Um Vazio que me agrada
Uma mulher macia
Alguém que me chama
na rua... prá cama...
Uma interrogação
Um macho no cio
Trepada na esquina
uma cena, o cenário
escuridão.
Uma mulher macia
Um macho no cio
mover sem paixão
fé sem reza
Sauna, cinemão...
Rostos, pernas
Contra luz
Siga em contra- mão
encontre a mão
que me chama
na rua, na cama
Augusta, Trianon
breco na saída,
na pressa sem prévia
de uma pré-estréia
em última exibição
macia
no cio
me chama
na rua, na cama
em pé
Consolação.
Sexo sem culpa
a interrogação
rostos e pernas
projeto de curta
filme na lata
sem projeção.
sábado, novembro 20, 2004
E continuar aquela conversa....
Noel na estante, Paulinho na viola sem cordas, Baudelaire no canto, Drummond na cabeceira. Você.
Chico no quarto inteiro, Raul no lustre, Belle and Sebastian nos sapatos, Nando Reis no balde vermelho, junto com as roupas. Você.
Fellini no DVD, Bogart em Casablanca, Woody Allen na fita gravada. Você.
Sinatra na lua, meu cobertor na cama, as letras no meu computador. Você.
Beatles, muitos Beatles... George no material de Sanscrito, Paul no centro, Lennon ao lado de Sean, Ringo nas estrelinhas colocadas no teto. Você.
Tom Zé na tesoura, Caetano no dicionário, Pessoas em todos os livros, Maiakóvski na coleção de cartões, Dali na de marca páginas. Você.
Mawaca no livro de Tupi, o cachimbo no cigarro e o cinzeiro na janela. Você.
Clara e Clementina vadiando, Cartola e o chapéu de palha na parede, Nelson, por falta de cavaquinho, no pandeiro, Cássia na caixinha de remédios. Você.
Gógol no guarda-roupa, Dostoiévski no capote, Goethe na encruzilhada. Você.
Calvino na China, minha mente no Tibet, Primo Lévi no campo de concentração, Pirandello no Hospício, Machado na varanda, na cozinha, na sala. Você.
As fotos no mural, as novas na impressora, as antigas na latinha de biscoitos de natal. Você.
Ainda não tenho foto, guardo na lembrança.
Estranho, mas já me sinto como uma velha amiga sua.
Mas será que nessa novela eu só quero ser sua amiga?