quinta-feira, dezembro 22, 2005

Eu...

Há vinte nove anos atrás, faltava menos de um mês para que eu viesse ao mundo. No dia 19 de janeiro do ano de 77, aquele ano em que o Punk também surgiu, eu nasci sob fogos de artifício e em meio as águas do Atlâncio. Deram-me um nome que começa com mãe em francês e termina com legal em inglês. Mas virei Nite ou Niti, não sei a grafia, só sei que se assemelha ao sufixo de inflamação. Sou uma beduína de criação e por mal-criação.
Atualmente moro na lua, com São Jorge e o Dragão. Brinco de jogar pedrinhas para que os terráqueos imaginem ser estrela cadente. Passo as horas jogando xadrez com pedras gigantes que vieram da Fenícia e brotaram da crosta lunar. Em raros momentos, volto à Terra e resido em Macondo, looonge, cem anos pra chegar na velocidade da luz. Quero estar aqui e acolá, sempre que puder e quando não puder mais.
Case-se comigo, meu Rei, minha rainha, tire-me da Torre, façamos um roque e eu te empresto minhas pantufas de pingüim.
Por enquanto é só, volto mais além.
Volto, talvez, em 2006...

quarta-feira, dezembro 21, 2005

2005 - uma odisséia em Macondo.

(Vocês sabiam que o final feliz foi meio que uma invenção do cinema? Um dia conto isso melhor)


Bom, pessoas, esse ano foi algo um tanto surreal para mim. Janeiro foi difícil, entrei em depressão grave, descobri que estava com fobia social e por mais de três meses nem saí de casa. Depois comecei a fazer estágio numa escola que me deixou ainda pior. Eu queria poder fazer algo, mas aquilo tudo me desencantou. Aqueles adolescentes tão perdidos e aqueles professores vivendo entre a frustração e a indiferença.
Apesar disso, conheci muitos garotos interessantes, que ficarão na minha memória pra sempre. Especialmente João que ia a cavalo à escola e eu achava genial! Muito mais por gostar de animais, que por causa do contraste, devo confessar. A Égua era linda!

Depois veio o convite do meu professor, amigo, cúmplice, Sir Jovany Sales Rey, para revisar o manual de roteiro que ele estava querendo lançar. Revisei com um prazer indescritível, dei meus pitacos, insisti para citar o grande Sérgio Leone e enchi o saco do Jô no capítulo em que ele fala de adaptações da literatura para o cinema. Tantos pitacos me renderam o título de Supervisora Técnica (seja lá o que isso for) do livro: "O Papel do Cinema - Manual do roteirista cinematográfico" que foi lançado dia 12 de Dezembro em Vitória, no Espírito Santo, e estará disponível a partir do dia 15 de janeiro nas grandes redes de livraria, nas demais cidades do Brasil. Eu também escrevi o texto da contracapa.
Julho chegou e eu fui para Macaé - quem leu "O norte fruminense é cocrante" já sabe disso e eu não preciso me repetir.
Primeiro semestre finalizado, terminei o segundo semestre ainda com fobia social, mas menos grave que no primeiro. Abandonei zilhões de coisas, inclusive as bolas de "tarja preta", porque o álcool é meu amigo inseparável e torna as pessoas mais interessantes aos meus olhinhos. Além disso, eu sempre tenho as sessões de cinema para me deixarem feliz. Já disse meu mestre, Davi Oliveira Pinheiro: "a vida é uma merda fora das sessões".
Além de correr de gente, eu fiz um vídeo pro festival do minuto, que não foi selecionado, mas que eu gosto muito, porque foi divertido fazer! Vocês podem assisti-lo aqui: http://www.proluvas.com.br/mumemafu/1minuto/

Ajudei a organizar a mostra de vídeo "Cenas Juvenis", na Biblioteca Monteiro Lobato, que terminou no sábado dia 17 e volta em 2006, ainda sem data definida.
Para janeiro, toparam a minha idéia de exibir filmes inspirados em Histórias em Quadrinhos. Depois coloco o cartaz aqui, com os longas e as datas. E para quem conhece o Davi, aviso desde já que "O Combate" será exibido dia 14 de janeiro, junto com o longa "Darkman- a vigança sem rosto". Quem quiser me conhecer, ou quiser me ver, passe por lá nos dias 7 e 14 de janeiro que me verão com certeza.

Para 2006 tenho planos, sonhos, roteiros e muitos contos engavetados.
Também tenho crônicas e poemas que serão colocados nesse blog, prometo aos que gostam de ler meus devaneios.

Vou arrumar o layout desse blog tbm, só ter um tempinho, porque ainda estou toda atabalhoada, tentando organizar a minha vida, pois a depressão, a fobia social e a vida no geral me deixaram desanimada e agora estou tentando, a passos lentos, porém firmes, voltar a ser eu mesma.
Até lá, vou me deliciar com o livro "Fazer um filme", do Fellini, esse ser que usou o cinema para encantar platéias do mundo inteiro e deixou uma garotinha, filha de libaneses, enfeitiçada por sua obra, desde o momento que viu a Giulietta Masina interpretando Cabíria.

Beijos mil, seres que perdem seu tempo lendo minhas bobagens e me fazem sorrir por saber que se interessam. Especialmente, é claro, você tia TURMALINDA, que sempre me entrega um sorriso quando passa por aqui.

TUDO DE LINDO EM 2006!

domingo, dezembro 11, 2005

Casal LINDO









sexta-feira, dezembro 02, 2005

COM VOCÊS... BEDUÍNA DOS VELSO...


"Se tudo existe é porque sou. Mas por que esse mal estar? É porque não estou vivendo do único modo que existe para cada um de se viver e nem sei qual é. Desconfortável. Não me sinto bem. Não sei o que é que há. Mas alguma coisa está errada e dá mal estar. No entanto estou sendo franca e meu jogo é limpo. Abro o jogo. Só não conto os fatos de minha vida: sou secreta por natureza. O que há então? Só sei que não quero a impostura. Recuso-me. Eu me aprofundei mas não acredito em mim porque meu pensamentoé inventado."
(Clarice Lispector)

domingo, novembro 27, 2005

"No próximo filme... nós vamos casar"***

Domingo à noite. Não gosto de domingos, já falei muito sobre o meu banzo de papel de bala dançando no vento.
Vim conversar um pouco com vocês, meus leitores, ou melhor, minha leitora, porque eu acho que todo mundo esqueceu que eu tenho um blog (junto comigo, assumo), exceto a minha linda Turmalina.

As notícias ainda não são completas, não tenho muito o que dizer, talvez no final dessa semana eu venha aqui cheia de novidades concretas como a minha cidade.
Tive dias corridos e parados. Fiquei quase 50 horas no ar, sem dormir: show do Manu Chao, um trabalho e a vinda do Márcio, meu grande amigo, a São Paulo. Do dia 17 ao dia 21 de novembro, o tempo passou rápido. Sabe aquele chocolate delicioso que você não quer que acabe, mas acaba tão mais rápido que aquela alface sem gosto que você tem que comer para não engordar? Pois é, esse final de semana, ao contrário do passado, foi a era da alface. Chato, cheio de tristezas e aborrecimentos.


Agora uma notícia legal: o outro filme do Davi, "O Combate", nesse ele assina roteiro e direção, chegou aqui em casa e talvez seja exibido na terra da Garoa em breve. Quando estiver confirmada a data e o local eu aviso aos navegantes. Será um evento muito legal sobre cinema e HQ que esse ser que vos fala está ajudando a organizar.

E o meu filme? Tenho me feito muito essa pergunta....

Por enquanto é só! Fiquem felizes. Comprem passagens à Tijuana... me convidem para ir junto!

"Welcome to Tijuana
Tequila, sexo e marijuana"
(Manu Chao)

* **Verso da música Luzia luluza de Gilberto Gil. Fala da história de amor entre um ator e uma bilheteira. Linda! Ouçam!


terça-feira, novembro 08, 2005

Eu sou um poço de sensibilidade:

Olá, pessoas, estou aqui no Espaço Arterial, uma ong que outro dia eu explico o que é. Estou aqui ouvindo a música que dá título ao post, tentando criar coragem para ir à faculdade e pensando na vida.
Eu tenho feito muita coisa e por isso abondonei meu blog, contudo, espero conseguir voltar a postar com freqüência, pois eu adoro escrever aqui, falar de coisas que não precisam ter necessariamente nexo e sinto falta de juntar letrinhas apenas por juntá-las, ou melhor, juntá-las porque o adjetivo simplesmente apaixonou-se pelo substantivo, assim, sem motivo, sem razão, sem pretensão. Da mesma forma que eu vivo me apaixonando, pois eu também sou um poço de sensibilidade, procurando qualquer coisa nessa cidade! "Desejos e um certo medo..."

Já deu a hora de ir. Despeço-me ao som de "São Paulo", do 365, porque hoje eu tive vontade de lembrar da minha adolescência e ouvir Ira! e 365. A pedra embaixo do chorão que servia de banquinho para o violonista e a galera toda fazendo coro ... "no frio e garoa da escuridão..."

Até a próxima folga que eu tiver. Enquanto ela não chega, vai uma dica :
http://www.clicrbs.com.br/historiascurtas/jsp/default.jsp?template=2837.dwt&mnit=15

entrem nessa página e assistam "Café da Tarde", o curta do meu amigo Davi Oliveira Pinheiro. Guardem esse nome, você irá ouvir falar muito dele, especialmente se for cinéfilo.

Beijos, povo. Agora eu fui.

quarta-feira, agosto 24, 2005

Confusão

Eu estou tão confusa... tão cheia de questionamentos. O que fazer? Onde ir? Por quê? Pra quê?
Tantas perguntas. Tantas cobranças...
Passei tanto tempo sozinha que não consigo incluir alguém nos meus planos, mesmo achando legal ter alguém para incluir.



quarta-feira, agosto 17, 2005

Universo Feminino

Cafetina mudou de nome e virou "Empresária de Eventos", poderia ser também "Patrocinadora de Diplomas" (chique e filantrópico!). O amor entre patricinhas cariocas e traficas do morro ganhou gás nos anos 90 e preocupa a classe média. E a representante brasileira das feministas é Tati Quebra Barraco.
***
Garoto da favela sonha em ser jogador de futebol, garota sonha em ser atriz/modelo/dançarina e posar pra Playboy. A secretária do Marcos Valério também, mas para financiar sua campanha. As despeitadas que me perdoem, mas silicone e botox no século 21 são fundamentais.
***
A mulher moderna do século21, independente, leitora de revistas femininas, mais conhecidas como manuais de séquiço, órfã de "Sexy and City", depois dos 30 tem dificuldade de arrumar marido. Dizem as pesquisas que quanto mais independente e bem sucedida, menos homem para relacionamento duradourdo. Ou seja, no máximo um "open relationship" no orkut e olhe lá!
***

A página das anoréxicas é o assunto do mês. Elas se chamam de Ana e dizem que é melhor morrer linda que viver gorda. Faz sentido, os necrófilos de plantão devem gostar de osso, as gordinhas defuntas não são padrão de beleza em cemitério.
***
Outro dia um amigo meu disse: "Essa Heloísa Helena é muito macho!"
Tô penando até agora se isso foi um elogio...

E por hoje é só que eu quebrei minha unha digitando. Ui! (Mentira, mas não resisti, afinal, sou mulher, mesmo que meus amigos esqueçam disso e jurem que sou o amigo do futebol e da sinuca.)


quinta-feira, agosto 11, 2005

A Amante

São Paulo é uma cidade que permite amantes. A minha era o Rio de Janeiro. Sempre que podia, mesmo que rápido, dava uma passadinha lá. Ainda que tivesse só algumas horas, tinha que dar um beijinho e um "vem cá, minha nêga" tão carioca. Nem Salvador tem um "vem cá, minha nêga" como o Rio. Ou melhor, tinha... Na minha última ida, dei uma olhadela de longe, de leve. Fui olhá-la agachando, de ladinho e vi que havia algo diferente nos quadris. Olhei pro seu rosto e percebi que minha amante virou evangélica. Levou a saia ao pé, parou de depilar as pernas, desistiu do samba e agora espera ansiosamente pelo Pastor Jones não sei das quantas.
Ganhou mania de grandeza também, fala metade inglês na Barra, metade português no morro.
Ainda amo minha nêga, mas desencantei. Recepcionou-me na porta da igreja com uma camiseta do tal pastor. Ah! Que saudade daquelas camisolas descaradamente transparentes com a qual me recebia há alguns anos! Vou ter que arrumar uma outra amante. O calor do Rio de Janeiro ainda está na minha mente, não há, ainda, como substituí-la em dias quentes. Contudo, creio que Porto Alegre me fará mais alegre nos dias frios.
Porém, Recife tem me feito sonhar. Um amor ainda platônico, devo convessar. Ainda não cheguei junto, mas quem sabe em breve eu arrumo uma amante para o ano inteiro, inverno e verão, como um dia foi o Rio de Janeiro que, apesar da saia longa, da perna peluda, que mostra agora, tenho certeza que logo volta ao terreiro para sambar e a ser lindo, como sempre foi.
Enquanto não volta, acho que eu vou... vou pra Porto Alegre, Tchau! Antes de ir, vou perguntar a Recife se eu tenho alguma chance...

quarta-feira, julho 27, 2005

O norte fruminense é cocrante.

Após uma noite não dormida e mal acomodada, cheguei quando a lua dava lugar ao sol. Uma rainha vitoriana desembarcando no Kenia - me disseram - por causa do meu sobretudo alemão, necessário em noites frias paulistanas e em viagem de ônibus de São Paulo para Macaé, sem o fornecimento de cobertores e com o abuso do ar condicionado. Foram 4 dias, como no filme "As Pontes de Madison", que passou na viagem de volta.
Foi muito bom estar com aquelas pessoas, ver o mar, viajar. Desses quatro dias, destaco o primeiro. Muitos problemas para conseguir estar ali: caí na Paulista, mala pesada, dois ônibus, metrô, um moço sem noção de espaço, frio e TPM. Mas todos eles se fizeram insignificantes no momento em que vi meus dois grandes amigos me esperando chegar na rodoviária e sumiram quando fomos a um bar que não lembro o nome e, por isso, chamarei de bar do Zé, o garçon simpático e atencioso.
Ali eu ri como há muito tempo não ria. Estava acompanhada de duas pessoas extremamente importantes, inventei nome pra drink e me diverti sem pensar em nenhuma outra coisa além do momento em que vivia. Carne seca com aipim, carne de sol com batata frita. Cerveja e caipirinha. Muitas tentativas de achar um drink para alguém quase abstêmio - todas vãs, diga-se de passagem.
Enquanto uma nada bebeu, o outro na segunda caipirinha já estava bêbado e quem inventou que todo bêbado é chato, não o conhece, pois ele fica incrivelmente divertido. Seu semblante sério dá lugar ao rosto de uma criança brincando na rua pela primeira vez. Transborda felicidade. Perde a culpa do mundo e vive o instante. Vive o que quer viver sem medo. Exagera, mas não perde o controle. Muda completamente sem perder sua personalidade única. Contagia e embriaga de alegria todos os que estão à sua volta. Éramos três embriagados, mesmo quem do álcool só queria o chocolate. Mesmo quem embriagada vive sóbria.
O mar bravo, o morro da cascavel ? escuta o chocalho! Tati quebra barraco se enamora de quem vê você passar perto das flores. Parece que elas querem te roubar com Marco Polo e o Estrangeiro. Ai que vergonha mais sem-vergonha! Que decepção divertida! Um dia pra ficar na minha história surreal que tem gosto de bebida pra inverno rigoroso em bar de cidade praiana. Um dia que entrará no cardápio.
"Não conte a ninguém": o norte-fruminense é cocrante e eu peguei! Ainda que atrapalhada, ainda que minha leve impressão de que já vou tarde insistisse em se manifestar, experimentei e pedi um pouco mais. Guardei a Sexta-feira no bolso e trouxe o vento forte empurrando as ondas. Essa paisagem está onde eu gosto: na janela. Na Janela da Alma.

sábado, julho 16, 2005

Novela Mexicana. Cena 90984983948938493:

Maria Dolores, enlouquecida, se joga no chão parecendo uma mistura de peru bêbado e alce epilético, para tentar, em vão, chamar atenção de Deus que tornou-se adepto da moda blasé londrina institucionalizada como comportamento necessário e obrigatório por paulistanos translúcidos, noturnos, retrô-passivos e patéticos.

Novela Mexicana. Cena 90984983948938494:

Maria Dolores, bêbada, tem uma crise de choro enquanto espera Civilização -Macondo 6253, uma hora e meia atrasada. A imagem de José Adalberto se atracando com um travesti não sai da sua cabeça. Foi inevitável constatar que o traveco estava com tudo muito mais em cima do que ela.

Voltei! Após longo inverno!

Mais rodopiante do que nunca, volto ao mundo blogal em nova fase damística.
Bem, eu tinha criado outro blog, mas não gostei da uol, fico por acá mesmo.

Saudades de todos, daqui a alguns mintuos eu faço texto.