Conversando...
Conversando com um Indie:
- Ah, aquela música do Belle & Sebas...
- Nem, tem uma banda da Ucrânia que faz uns experimentos com eletrônico dos anos 80 da Alemanha Oriental que é muito mais legal.
- ????...
Conversando com um Intelectual:
- Estou lendo Focault, "A microfísica do Poder", achei leg...
- O problema dos Focaultianos é que estabelecem a subjetividade acima de qualquer coisa e deixam de lado a objetividade que é a principal busca da ciência, tirando da Humanas a categoria de ciência, elevando o micro e desprezando o macro. Isso é um problema, pois o academicismo vai se distanciando demais da realidade, conseqüentemente do objeto de estudo.
Eu, na minha modésta opinião, prefiro trabalhar com o paradigma marxista, mas os estruturalistas também me chamam a atenção, embora o materialismo seja a minha linha de trabalho.
-????? ...
Conversando com especialista em MPB:
- Puxa, ouvi o Chega de Saudade do João Gilberto e...
- Mas você ouviu em vinil, né? Relançaram em CD, mas ficou uma merda, o próprio processou a gravadora. Esse disco é para ser ouvido em vinil, a remixagem não faz jus ao trabalho do João. Você não percebe a genialidade dos arranjos e as maravilhas que ele fez. Não é à toa que qualquer músico de boa qualidade cita "Chega de Saudade" como a inspiração para que eles se tornassem músicos, ou cantores. Tom Zé entrega à bossa-nova, sobretudo, Chega de Saudade e João Gilberto, a posição de marco até na economia brasileira. Segundo ele de exportadores de matéria-prima, após a gravação da música e do disco do João, nos tornamos exportadores de Arte. Ou seja, passamos de um país subdesenvolvido produtor de café, para produtor de Arte da melhor qualidade.
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Conversando com um filósofo:
-Estou com uma dúvidas sobre a existen...
- Está lendo Sartre? Vá buscar também os pré-socráticos, principalmente Parmênides e Heráclito. O Existencialismo nada mais é do que a junção da estagnação defendida por Parmênides, na questão do ser que é, sem qualquer predicativo, pois a vida é como um círculo e sempre voltamos a essa questão do "o que é", com o movimento, o devir, defendido por Heráclito, em que o ser nunca é, nem será, nem foi. O passado não existe mais, o futuro ainda não se concretizou e o presente é um divisor de nadas e o seu olhar muda a cada momento. A famosa frase: "Não passarás no mesmo rio duas vezes"- pois você não é mais o mesmo, nem o rio. Sarte junta essas questões, pois, o ser não tem essência, como defendia Heráclito, sobrando apenas a existência, a questão do que é, que se faz no outro apenas. Somos, portanto, aprisionados na forma, sem essência, e submetidos ao olhar dos outros que nos tornam existentes para eles da forma que nos exergam.
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quarta-feira, agosto 13, 2003
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