Amor e Dor
Li aqui, um post sobre um poema que rimava amor e dor. O autor do blog disse não conseguir achar bonito poemas que rimam Amor com Dor.
Não tem nada a ver com post que ele escreveu, o que vou escrever agora, mas é que ter lido isso me lembrou de uma frase do meu amigo Jovany, também poeta, em que ele diz: "Amor sempre vem seguido de uma rima pobre e cruel". Aprendi com ele essa frase, gosto e concordo com ela, contudo, acho que a dor fica mais pobre ainda se não for por Amor.
Fiz um poema, há meses atrás, em que eu falava de dor e não rimei com nada. Não tinha amor no poema e, embora muitas pessoas o tenham achado bonito eu achei que faltava alguma coisa. Talvez faltasse essa rima, não no poema, mas na minha vida.
Eu já fui ridícula e escrevi cartas de amor, uma poeta adolescente que rimava esses dois substantivos abstratos. Eu era feliz sendo ridícula e cultuando a rima pobre do Amor.
Hoje, tenho em minha porta, apenas um poema que não fala de amor, não fala de dor, e eu a tranco, para que o poema fique ali, exposto, e todos que tentem entrar no meu quarto sejam avisados da minha "Parada Cardíaca".
Parada Cardíaca
Essa minha secura
Essa falta de sentimento
Não tem ninguém que segure
Vem de dentro
Vem da zona escura
Donde vem o que sinto
Sinto muito
Sentir é muito lento
(Leminski)
Mas a janela, às vezes, eu esqueço aberta.
domingo, maio 18, 2003
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