Meu terno branco
Linho S 120
Foi cortado com requinte
Pelo meu alfaiate inglês
Camisa de seda pura
Pescoço desocupado
Bigode bem aparado
Um lado de cada vez
Pisante de duas cores
Mas feito sob encomenda
Pra que a oposição entenda
Que a maré pra mim tá boa
Não é à toa que uso esse chapéu quebrado
Pra defender o telhado
Da friagem da garoa
Chego assim mais esticado
Do que couro de cuica
Que a primeira impressão é que fica
E eu chego querendo ficar!
Não sou malandro porque
Malandro é de morte
Tô no mundo por esporte
Só quero o leite e o mel
Não sou malandro
Mas tenho meu santo forte
Sou um otário com sorte
Sou Zona Norte
Sou Vila Isabel.
sábado, maio 24, 2003
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