Mel
Das abelhas mineiras nasceste
Nas pedras foste colhida,
aos besouros entregaste o doce
aos amigos entregaste o própolis.
Para que lhe entregassem a força que foges,
as asas que não quiseste conseguir.
Permaneceste aquém do que pode
Foste obrigada a tentar seguir
Pelas ruas e becos escuros
Onde teu gosto e tua essência
Sumiram da tua face
Do teu sorriso e da tua meninice
Mas a uma menina deste o amor
Deste a compreensão e todo teu Mel
Porque percebeste a sua inquietação
Seu medo da selva escura e dos becos mineiros.
Que comem quietos e não avisam o inimigo próximo.
Seguem sérios e não deixam-te dormir tranqüila.
Essa menina em retribuição
pediu-me a comprovação da minha existência
E a faço em forma de poesia
Para mostrar-te, também, que és doce
apesar das pedras atiradas.
És meiga, apesar da meninice arrancada.
És filha da minha filha
apesar da minha inexistência comprovada.
domingo, junho 22, 2003
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