domingo, junho 15, 2003

Nostalgia

Eu tenho saudade do tempo em que as brigas se resolviam com samba, poesia e bons textos.
Grandes pérolas do nosso samba foram compostas em cima das "pendengas" de Noel Rosa e Wilson Batista. Ou das brigas de namorados, ou da pobreza em que a pessoa vivia. Antes, o cara brigava com a namorada, fazia um samba. Hoje, o cara briga com a namorada e a mata.
Antes, a infância sofrida dava um bom livro, "Infância" do Graciliano, por exemplo. Hoje se mata os pais.
Acho que no mundo de hoje é mais fácil matar, atirar contra aquilo que te fez mal. Contudo, matar não é exorcizar, não é deixar de lado, pois mesmo morto, o problema não deixa de existir. Um dos Faraós do Egito, não recordo o nome no momento, uma vez disse que se ainda falassem dele depois milhões de anos de sua morte, ele ainda existiria. Então, a morte física de algo, não é a morte completa, pois a existência se faz no outro.

Deve ser por isso que ainda escrevo, porque o sentimento que me levou a escrever meu primeiro poema (muito ruim, aliás), pode ter morrido, mas não deixou de existir.

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