Deixa eu brincar de ser feliz
Que no ano que vem brinquemos muito de ser feliz...
Tudo de bom para todos vocês.
Feliz 2004 e em Janeiro tô de volta e quero muitos paparicos nesse mês, porque é o mês do meu aniversário, hein pessoas?
quinta-feira, dezembro 25, 2003
terça-feira, dezembro 23, 2003
segunda-feira, dezembro 22, 2003
Oh!
Eu gravei uma música...
Sim, eu fiz isso, mas a sorte de vocês é que eu não tenho um provedor para colocá-la e ela está no computador de um amigo meu, o músico que me acompanhou na saga de gravar "A Mariposa" do Wilson Batista.
É uma marchinha de carnaval, linda... triste... tragicômica, eu diria...
Quem sabe até o Carnaval eu a coloco aqui.
Mas o fato de ter gravado foi legal, perdi a vergonha de cantar na frente dos outros e assumo: no peito dos desafinados não bate um coração! Eu fui extremamente insensível fazendo isso... tsc tsc, coitada da mãe do meu amigo, foi obrigada a ouvir esse ser com voz de taquara rachada...
sábado, dezembro 20, 2003
Natal
Natal é nascimento e durante essa época se espalham desejos de paz, felicidade, bons sentimentos.
Os assaltos não diminuem, mas você pode ouvir do ladrão: "Feliz Natal, aí".
A fome não acaba, mas sempre tem gente distribuindo uma cesta básica, tão básica, que dura até o dia seguinte.
É tão lindo ver o sentimento de solidariedade das pessoas comprando vários brinquedos na 25 de Março para distribuir no dia de Natal. A rua fica cheia e cada vez mais crianças recebem brinquedinhos. Algumas, às vezes, nem engolem aqueles carrinhos e bonecas do tamanho do polegar. Coisa ínfima.
E as promoções? Maravilhosas! Tudo tão mais caro, mas você pode ganhar uma lata e economizar no pacote, pode ganhar uma bola de plástico e até uma máquina fotográfica ou uma camiseta, ambas nada à prova d'água, mas tudo bem, a primeira chuva de verão é só no começo de Janeiro.
Tão lindas aquelas árvores gigantes que dão a impressão que vão cair a qualquer momento, tamanha a quantidade de enfeites que colocam nelas. Papais Noéis com roupas quentes, morrendo de calor, com várias crianças no colo pedindo uma bicicleta e um video game. Natal é realmente uma época que os bons sentimentos afloram nas pessoas, afinal, em que outra época alguém colocaria uma roupa dessas num calor de quase 40 graus, não é mesmo? Salvo Dom Pedro II, claro.
E as favelas? Só quando o Natal se aproxima as matérias sobre as favelas não falam sobre o tráfico de drogas, nem sobre os assassinatos, mas sim sobre o bondoso homem que se vestiu de Papai Noel e alegrou as criancinhas. E quando esse bondoso homem é alguém do lugar, as lágrimas rolam nos telespectadores que não entedem como alguém que também mora nas mesmas condições que os outros, guarda um pouquinho do nada que tem para fazer um gesto tão sublime. Claro que durante o resto do ano, esse bondoso homem é odiado, as pessoas atravessam a rua se o vêem se aproximando e quase nunca consegue um emprego quando dá o endereço de sua casa. Mas no Natal ele muda, ele nos emociona, porque estamos todos tomados pelo espírito natalino.
A tradicional sopa não pode faltar. Necessário dar sopa numa noite quente de Natal para a multidão de mendigos que durante o ano os filhos deles quiseram queimar, chamaram de bebum duma figa e tantos outros adjetivos. A sopa é tradição.
Eu gosto tanto desse espírito natalino. As pessoas ficam tão mais simpáticas, felizes, caridosas, solidárias. Natal é a data da comunhão, deve ser por isso que Papai Noel usa roupa vermelha.
Sublime...
sexta-feira, dezembro 19, 2003
quinta-feira, dezembro 18, 2003
Procura-se Desesperadamente:
Cão macho mestiço de Husky siberiano, com 3 patas.
Atende pelo nome de BLUE.
Desaparecido desde 11/12/03 (quinta-feira) do Campus da Cidade Universitária da USP.
Encontrava-se sob tratamento de quimioterapia.
Gratifica-se a quem encontrá-lo.
Qualquer informação entrar em contato comigo no e-mail: jogodadama@hotmail.com ou ciamartins@bol.com.br com Márcia
Se alguém encontrar, o telefone está na coleira, por favor ligue. Estamos todos desesperados atrás do Blue, se você mora nas mediações da Cidade Universitária, viu um cão com tais características entre em contato conosco. Por favor, não deixe de nos avisar e isso é sério, sem brincadeiras, pois o cão encontra-se em tratamento médico e a dona está desesperada.
Se você tem blog, site ou qualquer coisa e puder colocar esse apelo, ou mandar para sua lista de e-mail, ficaria grata.
segunda-feira, dezembro 15, 2003
E quero que você venha comigo:
Não importa quem seja você, eu quero que venha comigo...
Vem comigo? Tem coragem?
Vamos emprestar histórias para a multidão de passantes, fazer poemas para aquele sentado no bar esperando alguém que não chega, brincar de palavras associadas aos dois rapazes que acabaram de sair daquele banco.
Vem comigo? Tem coragem?
Vamos juntar nossas solidões e enquanto você canta uma música eu leio um livro. Enquanto procura a lua, eu conto quantas janelas estão acesas naquele prédio que a esconde.
Vamos brincar de contar os azulejos coloridos nas calçadas da Paulista e pular amarelinha nas paredes da Gazeta.
Vem comigo? Tem coragem?
Vamos tomar um café na Praça da República e conversar com aquela Drag vestida de "Xica" da Silva. Vamos recitar a parte do Romanceiro da Inconfidência sobre a Dona do Palácio do Tijuco.
Andar sem pressa pelo centro velho, olhar a arquitetura abandonada, algumas reformadas.
Vem comigo? Tem coragem?
domingo, dezembro 14, 2003
Chico Buarque em Macondo
Era quase 9h. da manhã quando ouvi: "Te perdôo, por fazeres mil perguntas..." - aí pensei que precisava curar essa minha obsessão por Chico Buarque, além de sonhar com ele, já estava ouvindo as músicas nos sonhos. Então novamente ouvi:" Ilusão...Ilusão...Veja as coisas como elas são..." - Hum... será que deixei meu som ligado? É a seqüência do CD... já estava estranhando muito. Por alguns instantes um silêncio e logo começou a tocar "Sem Fantasia".
De onde viria o som? Aqui em Macondo é humanamente impossível ouvir Chico Buarque de outro lugar que não seja minha casa, pois eu geralmente acordo ouvindo "Morango do Nordeste" ou alguma do "É o tchan". Tanto que às vezes ouço alguns gritando: Tira essas músicas de aposentado! Não dá pra ouvir algo mais alegre que essas músicas de mulher abandonada?
Minha mãe entrou no meu quarto e disse: "Nice, não está muito cedo pra ouvir Chico nessa altura? "
Quando descobriu que não era eu, também achou estranho. Fomos procurar de onde vinha aquele canto de Sereia - sim, Chiquito me deixa hipnotizada. E não é que era do meu vizinho ? Mas eram outros vizinho... dois moçoilos casados que se mudaram para cá há um mês. Que bom! Macondo chegou no seu centésimo ano de solidão e há um mês está sendo habitado por pessoinhas que me entendem... Tomei um chá com eles, ouvimos Chico até o meio dia, conversamos e talvez iremos numa baladinha na semana que vem. Legal! Amiguinhos no bairro... eu percebi que há um mês eu não ouvia a tal da "Morango do Nordeste" e nenhuma música do "É o tchan" invadia minhas manhãs de domingo.
Ah, eles disseram que o volume alto é porque pensaram que não iriam incomodar já que durante várias horas do dia me ouviam ouvindo Chico Buarque, e realmente não incomodaram, apenas Chico pode me acordar... qualquer outra coisa me deixa com péssimo humor, mas Chico pode tudo.
sábado, dezembro 13, 2003
Dez livros, dez discos, dez filmes e dez poemas
Não estão em ordem de preferência, mas em ordem de lembrança.
Os livros:
1 - Memórias do subterrâneo - Dostoiévski
2- Memórias póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis
3- O Banquete - Platão
4- Grande Sertão: Veredas. - Guimarães Rosa
5- Ulisses - James Joyce
5- Decameron - Boccaccio
6- Avalovara - Osman Lins
7- O Jogo da Amarelinha- Julio Cortàzar
8- Fausto - Goethe
9- O Processo - Kafka
10 - O Capote e outros contos - Gógol
Os Discos:
1- White Album - Beatles
2- Magical Mistery Tour- Beatles
3- Chega de Saudade - João Gilberto
4- Construção - Chico Buarque
5- Chico&Bethânia ao vivo.
6- Imitação da vida - Maria Bethânia
7- Bebadosamba - Paulinho da Viola
8- Ok Computer - Radiohead
9 - Ópera do Malandro
10- Calabar - Chico Buarque
Os Filmes
1- Noites de Cabíria - Fellini
2- La Strada- Fellini
3- O Leopardo - Luchino Visconti
4- Deus e o Diabo na Terra do Sol - Glauber Rocha
5- Último Tango em Paris - Bertolucci
6 - Amor à flor da Pele - Wong Kar-Wai
7- Manhattan - Woody Allen
8- Morangos Silvestres - Bergman
9 - Era uma vez na América - Leone
10 - Underground - Kusturica
Os poemas:
1- Bacanal - Manuel Bandeira
2- A uma passante - Baudelaire
3- Explicação - Drummond
4- A Bruxa - Drummond
5- Não Digas nada - Fernando Pessoa
6- Alone - Edgard Allan Poe
7- Um beijo - Ana Cristina César
8 - Madrigal Melancólico - Manuel Bandeira
9- Lisbon Revisited (1923 e 1926)
10- Farewell y los sollozos - Pablo Neruda
Poetas
Alguém pode me dizer o que é essa mulher recitando Fernando Pessoa?
E Jim Morrison recitando Baudelaire e Rimbaud?
Aliás, alguém pode me dizer o que são esses três poetas? Três não, porque Pessoas é vários...
Quando ouço o Morrison recitando e Betha dando vida aos poemas, eu sinto vontade de apagar esse blog, de deletar meus escritos e nunca mais tentar escrever um verso sequer! Vou te contar, esses caras me fazem sentir raiva de mim mesma...
Gente, como conseguem criar versos tão sublimes?
E eu nem vou falar de Drummond... odeio esse meu amado velhinho!
Pretensa Beduína, se jogue na areia...
Amores possíveis...
Ai as possibilidades... as impossibilidades... os amores impossíveis que por alguns momentos se tornam possíveis quando a gente sonha.
E o sonho parece real, parece que dá pra tocar, que se pode pegar.
Mas não pode.
É sonho. É realidade paralela que se cria com gosto de chocolate. Libera o prazer irreal, a sensação, o momento de felicidade instantânea, como suco artificial à venda em supermercado. Tem gosto de fruta, o aroma da fruta, mas não é fruta.
É sonho de amar.
É querer por não querer estar só, mas somente só é que se realiza. Via de mão única, estrada sem curva para chegar mais perto. Presença da ausência que só ausente se aproxima.
É festa que só você participa.
É dançar sozinho, dançando junto.
Parece ser. Nível profundo: quadro semiótico incompleto. É não-ser.
...
..
This is just a sorry lament.
E já rolou a Festa!
Produção impecável.
Pessoas fofas.
E eu não ganhei prêmio de NADA!
Boicotaram-me.
Enfim, eu era a mulher mais odiada da festa mesmo... Senti isso...
Niinguém manda estar acompanhada, quero dizer, MUITO BEM acompanhada pelo homem mais gato da festa, né bio?
Depois seleciono fotos pra vocês verem...
Antes de terminar, um detalhe: Negro Anjo é o melhor! Ainda não entendi como esse homem lindo, gostoso, simpático, legal, maravilhoso está solteiro! Os homens realmente são muito burros... muito mesmo!
E do meu Menino Experimental eu nem preciso falar nada, eu vivo falando dele: LINDOOOOOO!
quinta-feira, dezembro 11, 2003
Indecisão:
Não sou gay.
Não sou hetero.
Não sou bi.
Não sou PAN
muito menos PAM
Não sou mina
Não sou Paty
Não sou intelectual
Não sou comercial
Não sou menina
Não sou velha
Não sou frágil
Não sou forte
Não sou boa
Não sou ruim
Não sou legal
Não sou chata
Não sou triste
Não sou feliz
Não sou poeta
Não sou inteligente
Não sou burra
Não sou nada
Não sou TU-DO!
Sou o quê?
quarta-feira, dezembro 10, 2003
Rapidinha
Falei no filho do homem, lembrei de Beatles.
Teve gente que prometeu gravar um lance deles pra mim e depois sumiu, nunca mais deu notícias...
Promessas... sempre promessas...
Tudo bem.
Tom Zé versão Remix
Na onda do eletrônico - más influências - estou ouvindo um CD do Tom Zé "Postmodern Platos"- Remixes de: Amon Tobin, The High Llamas, John Mcentire, Sacha Frere-Jones e Sean Lennon.
Achei a melhor: "O olho do Lago" - remix by Sean Lennon, o filho do homem.
Gostei do disco.
terça-feira, dezembro 09, 2003
Guia São Paulo by me
Começando pelos bares:
Opção - banker's bar - todo mundo que vai lá tem cara de bancário, bom mesmo é ficar na parte de cima e curtir a vista.
Prainha- pós-expediente e confraternização - todo mundo parece marcar encontro de net, pós-expediente e confraternizações em geral. As pessoas gritam .
Café Creme - Professores da Cásper Líbero.
Puppy- Bancários e alunos da Cásper Líbero.
BH - Galera cult pobre que passa ali antes de assistir um filme no Espaço Unibanco. Garçon gente fina, é barato, mas o banheiro é um lixo!
Internet Point- O cyber café mais "estilo" do mundo. Quem tem rinite alérgica é melhor não ir, o lugar é brechó e sebo ao mesmo tempo. Quintas, Sextas e, às vezes, aos sábados tem DJ'S e o espaço é legal.
Bar Brahma- É bonito, não dá pra negar, mas às vezes tem umas bandas horríveis. Outras, tem uns velhinhos tocando bossa-nova sem cantar, o que é melhor ainda, porque dá pra conversar.
Sujinho e Padaria na Vila Madalena - Demoram a te atender, as garçonetes parecem estar de mal com a vida, mas é barato e é bom pra final de balada também.
Bar Du Bocage- Pequeno, quase nunca tem mesa, mas o filho do dono é gato, o garçon é gente boa e a galera é divertida.
Hertz- O Som é alto, o lugar ainda não sabe se é bar ou "boate" gay, mas o garçon também é muito gente boa e o caixa é uma delícia.
Riviera- Decadente! Tentaram reanimar colocando samba, a Sociais em peso ia pra lá, mas virou samba de intelectual.
Frevinho- Quase nunca tem ninguém. Só tem chope. Para uma coisa a dois é bom, porque é vazio e fechado, dá pra papear e as pessoas, quando tem pessoas, não gritam, parece que nem falam.
Cachaçaria - Eu e meus amigos fomos expulsos de lá por causa do beijaço e o povo ficou meio horrorizado. Os cantores geralmente são péssimos, ainda bem que tem a opção de ficar na parte de baixo, contudo, você ouve a música do mesmo jeito. As cachaças são boas.
I'm not as sad as Doestoevsky
Primeiro: Belle&Sebastian fala Dostoiévski certo! Como em Russo! (Sim, pessoas, a pronúncia correta é Dastaiévski).
Show!
Mas vamos ao que realmente me interessa nesse momento: Pré-Natal! Quero ganhar prêmio de hetero! Estive ali, o ano inteiro, batendo ponto e me expondo como a HT mais Gay desse mundo. Eu mereço!
E no mais, tudo indo e vindo e voltando como o Sol, a Lua e de vez em quando as estrelas...
Ah, pessoas, o cardiologista novo da minha mãe é um gato! Gente!!! Ao menos uma coisa boa no fim das contas...
Hoje foi dia meio trevas meio sol. Foi dia bom pra pensar e ler novamente Rayella - já li 6 vezes e ainda sinto um enorme prazer em ler cada parágrafo.
Papai está fraquinho, fraquinho... estranho ver o homem mais forte do mundo ser carregado. É, são as leis naturais... Queria saber que congresso a aprovou para poder brigar.
Belle and Sebastian
Quem lê esse blog sabe que eu ADOOOOOOORO essa banda e quem lê esse blog sabe que eu Adoro a Adri, my sexy girl.
Nesse momento estou aqui, no meu quarto melancólico feliz, ao som de "This is just a modern rock song" lembrando do final de tarde em que passamos juntas.
Não sei como explicar, mas o vão do MASP, aquela vista, aqueles bancos de concreto cheio de casais se agarrando, aquela lua linda - aquilo tudo era tão Belle and Sebastian... Eu sou tão B&S... tão melancólica acompanhada por uma melodia feliz...
"This is just a modern rock song
This is just a tender affair
I count "three, four"
And we start to slow
Beacuse a song has got to stop somewhere"
Obrigada, Adri, pela noite agradável. Obrigada pelo CD...
segunda-feira, dezembro 08, 2003
Fool On The Hill
(The Beatles)
Day after day, alone on the hill,
The man with the foolish grin is keeping perfectly still.
But nobody wants to know him,
They can see that he's just a fool.
And he never gives an answer .....
But the fool on the hill,
Sees the sun going down.
And the eyes in his head,
See the world spinning around.
Well on his way, his head in a cloud,
The man of a thousand voices, talking perfectly loud.
But nobody ever hears him,
Or the sound he appears to make.
And he never seems to notice .....
But the fool on the hill,
Sees the sun going down.
And the eyes in his head,
See the world spinning around.
And nobody seems to like him,
They can tell what he wants to do.
And he never shows his feelings,
But the fool on the hill,
Sees the sun going down.
And the eyes in his head,
See the world spinning around.
E não é que é a minha cara mesmo!
domingo, dezembro 07, 2003
Papo entre amigas
Estava olhando minhas coisas antigas e achei uma conversa com minha amiga. Acho que a mais genial de todas!
- Onde você estava?
- Fui jantar com um amigo.
- Que amigo?
- Um amigo que você não conhece. É da faculdade.
- Hum.... e aí, como ele é?
- Legal, uma ótima companhia.
- Não foi isso que perguntei. Cê sabe o que eu quero saber...
- Ah, ele é bonitinho sim..
- E aí...
- E aí nada, ué. Ele é só meu amigo.
- Amigos transam...
- Eu nunca transei com meus amigos.
- Pensando bem eu também não. Só com os amigos do meu marido.
O Pianista
Ao som de um blue
Tirado de um piano solitário
Garrafas vazias de amor
Faziam companhia.
Depositou ali sua insustentável dor.
As esperanças sugadas
de suas ocas veias solitárias
Perturbadas
Solidão que transborda
Num toque de campainha
Estranha... Desconhecida...
Inusitada
Um barulho estúpido
Um coração extremo
Alguém que cansou de existir.
Do Engenho ao Paraíso
Desculpem passageiros
Incomodar sua viagem
Mas é que a realidade
Invade
E não há como conter
Desculpem minhas palavras duras
De fome, miséria e solidão
Mas não há como ser doce
Na minha situação
Eu estou desamparado
Venho abrir meu coração
Também estou desempregado
E se me derem vale transporte
Quem sabe eu me transporte
Para outra dimensão
E para que não mais me suporte
Aceito também, vale refeição
sábado, dezembro 06, 2003
Atos Impuros
Acabei de ler "Atos impuros" do Pasolini, no livro "Amado meu".
Vou começar a ler "Amado meu" daqui a pouco. Mas estou um tanto absorvida pela primeira parte:
É o aniversário de uma semana torturante. Há precisamente um ano estive a ponto de realizar aquele gesto que inconscientemente se reproduz em minha imaginação quando penso em meu pecado- o gesto de minha mão armada que se levanta contra mim.
Um livro que começa assim é realmente perturbador para alguém como eu.
Mundo pequeno:
Estava lendo uma resenha sobre poesia em que se dizia que os poetas de hoje ainda fazem poemas como há 50 anos atrás. No final da resenha, uma declaração de um poeta é citada...
E o poeta era Moacy Cirne.
O mundo realmente só tem dez mil pessoas e o resto é figurante!
Ou então, esse negócio de Internet é muito maluco!
Agora que o Semestre Acabou, vou falar de Literatura.
Estava procurando na net coisas sobre a geração 90 de escritores brasileiros. Eu tentei ler alguns textos dessa geração e percebi que a princípio o interesse comum de todos eles é chocar, contudo, percebi também, que o único choque é com a gramática. Não tem nada a ver com a chamada tentativa de escrita popular dos modernos do início do século XX: o que acontece aqui é um atentado para com a estrutura da língua. Guimarães Rosa muda o conceito de linguagem, mas todos os seus neologismos estão dentro da estrutura e perfeitamente possíveis dentro de sua proposta. Até mesmo os surrealistas com sua literatura formulada numa espécie de pré-consciente e suas metáforas aparentemente sem nexo, conseguem ser mais inteligíveis que essa geração.
Não é o tipo de literatura que me agrada, contudo, em uma coletânea, também da geração 90, um nome me chamou atenção: Milton Hatoum. Eu já estava achando que a década estava perdida, achava realmente que a literatura havia sido esquecida e tudo que sobraria era a imagem, mas "Relatos de um certo oriente" mudou tudo que eu achava sobre os novos escritores. Esse livro me fez voltar ao prazer de conhecer coisas novas. O livro é de 1989 e por isso o autor fora incluido entre os escritores da década de 90, mas não tem nada a ver com o que estão chamando de nova geração.
Foi um dos poucos livros que li, esse ano, por escolha, e recomendo. Estou louca para ler"Dois irmãos" , seu novo trabalho, lançado em 2001.
E se você ainda não leu Relatos de um certo Oriente, é uma boa opção para as férias, vai por mim.
Visão de São Paulo à noite
Na esquina da Rua São Luís uma procissão de mil pessoas
acende velas no meu crânio
há místicos falando bobagens ao coração das viúvas
e um siliêncio de estrela partindo em vagão de luxo
fogo azul de gin e tapete colorindo a noite, amantes
chupando-se como raízes...
correrias de maconha em piqueniques flutuantes
vespas passeando em voltas das minhas ânsias
meninos abandonados nús nas esquinas
angélicos vagabundos gritando entre as lojas e os templos
entre a solidão e o sangue, entre as colisões, o parto
e o Estrondo
(...)
(Roberto Piva)
Meu primeiro presente de Natal:
Nice: o meu presente de Natal pra você é intangível: a lembrança de um crepúsculo carioca, visto a partir dos jardins do MAM, no Aterro, ainda nos anos 80, quando o céu passou a ser, de ponta a ponta, uma inesquecível pintura abstrata de vermelhos e cores alaranjadas.
Um beijo /Moacy/.
06/12/2003 ? 09:34:54
ADOREI!!!
Sabe, para mim, as coisas mais preciosas que tenho são minhas lembranças. Guardo cada momento bom na minha caixinha de boas lembranças.
Embora concorde com uma das divas do cinema, cujo nome não recordo no momento, que disse que o segredo da felicidade é uma péssima memória, eu guardo todas as lembranças, os detalhes, e os cantos das histórias que vivi, que inventei e que emprestei. Afinal, fui condenada a ter uma ótima memória, só esquecendo as coisas práticas...
sexta-feira, dezembro 05, 2003
Sexta -feira da Paixão
Alguns estão dormindo de tarde,
outros subiram para Petrópolis como meninos tristes.
Vou bater à porta do meu amigo,
que tem uma pequena mulher que sorri muito e fala
pouco, como uma japonesa.
Chego meio prosa, sombras no rosto.
Não tenho muitas palavras como pensei.
"Coisa ínfima, quero ficar perto de ti".
Te levo para a avenida Atlântica beber de tarde
e digo: está lindo, mas não sei ser engraçada.
"A crueldade é seu dilema..."
O meu embaraço te deseja, quem não vê?
Consolatriz cheia das vontades.
Caixa de areia com estrelas de papel.
Balanço, muito devagar.
Olhos desencontrados: e se eu te disser, te adoro,
e te raptar não sei como dessa aflição de março,
bem que aproveitando maus bocados para sair do
esconderijo num relance?
Conheces a cabra-cega dos corações miseráveis?
Beware: esta compaixão é
é paixão.
(Ana Cristina César)
Ofereço esse poema para alguém que eu gostaria de dizer tais palavras, mas jamais terei coragem.
quinta-feira, dezembro 04, 2003
Agradecimento
Queria agradecer por ontem. Eu consegui dormir, finalmente. Hoje é um daqueles dias de andar na rua de olhos baixos para que ninguém desconfie que passei a noite inteira chorando.
Na verdade todos os dias têm sido assim, mas pelo menos eu consegui dizer o que estava acontecendo, eu consegui falar tudo e me senti menos sozinha, como sempre, graças a você. Não é à toa que eu o amo muito. Não importa o que aconteça, nem o que aconteceu entre a gente.
Lembra que você me disse que tinha a impressão de que estaríamos juntos para o resto da vida?
Naquele dia eu não levei muita fé, afinal, as suas décimas intenções estavam evidentes, contudo, hoje percebo que eu nunca ouvi algo tão sincero.
Pois é, não tem jeito, não desistimos, não tentamos, mas estamos e estaremos sempre juntos e isso, pode apostar, é um grande consolo para alguém como eu que se sente sozinha na maior parte do tempo.
Ah, outra coisa, sabe o Papai Noel do Banco real que tá tocando violão? Ele parece você! (Não tanto quanto aquele deitadinho que vimos, mas ele tem um óculos igual ao seu!)
quarta-feira, dezembro 03, 2003
Devaneios.
Eu queria que você viesse para me raptar.
Hoje passei nos lugares em que costumávamos ir, olhei para a cadeira em que você sentou e tive um desejo absurdo que ela não estivesse vazia. Queria que aquele silêncio que eu ouvia, fosse o seu. Como da primeira vez que nos vimos e seu sorriso tímido e sem graça denunciava o seu interesse por mim. Suas mãos querendo encontrar as minhas e seu olhar que insistia em não encontrar os meus, mas se fixava em mim enquanto eu fingia não prestar atenção em seus detalhes.
Contudo, minhas retinas fotografaram todos os seus movimentos, toda a sua insegurança e o seu desejo de me tirar daquele bar cheio de bancários. Percebia que a cada fala minha o desejo crescia e, mesmo sem perceber, seu desejo se realizou, pois para mim, não havia mais ninguém ali e até hoje quando sento na nossa mesa e observo o lugar, ainda que esteja sempre lotado após às 18h., nunca mais eu vi ninguém. O bar estará sempre vazio, assim como a sua cadeira.
Natal
Você é uma pessoa legal. Eu sinto isso... e sinto que nesse momento você está com uma vontade absurda de me dar de presente "A teus pés" da Ana Cristina César.
Eu sei disso...
E você, é, você outro aí que sentiu uma vontade ainda maior de me dar "A Hora da Estrela", não se envergonhe, eu vou adorar. Eu também só entendo felicidade nas metáforas de Clarice.
Oh! Que fofo, você quer me dar "Grande Sertão: Veredas", eu adoro esse livro também e não o tenho na minha biblioteca, vc é adivinho!
Ah, você outro aí, sentiu vontade de me dar em CD o White Álbum dos Beatles porque soube que minha vitrola continua quebrada e eu só o tenho em vinil? Que fofo! Pode dar também...
Mas se você, você e você outro não tiveram vontade de nada disso, tudo bem, pode me ligar e me deixar um beijo, que eu vou gostar do mesmo jeito, afinal, eu estou carente.
Esse post é só para que meus amigos saibam o que eu quero ganhar de Natal e se por acaso formos fazer esse negócio de amigo secreto, eu não preciso ter medo de ganhar maquiagem, enfeites de cabelo, ou outra coisa do gênero necessidades femininas...
:-)
fragmentos de um discurso qualquer
Não sou só isso e se eu estou errado, foi seu olho que entortou!
Menino Experimental e eu após uma ótima conversa.
terça-feira, dezembro 02, 2003
Pressentimento
Não sei, mas estou com um pressentimento de que depois da tempestade o sol nascerá...
Pressentimento
(Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho)
ai ardido peito
quem irá entender o seu segredo
quem irá pousar em teu destino
e depois morrer de teu amor
ai mas quem virá
me pergunto a toda hora
e a resposta é o silêncio
que atravessa a madrugada
vem meu novo amor
vou deixar a casa aberta
já escuto os teus passos
procurando o meu abrigo
vem que o sol raiou
os jardins estão florindo
tudo faz pressentimento
que este é o tempo ansiado
de se ter felicidade
No mês passado:
Disco que eu mais ouvi: "Fold your hands child, you walk like a peasant" - Belle&Sebastian.
A música que não saiu da cabeça: "Rapaz Folgado" (Noel Rosa)
Bagaceira 4fun: Tati quebra barraco.
O Livro: "Fausto" (Goethe)
O Poema: "Explicação" (Carlos Drummond de Andrade)
O Filme: "As invasões Bárbaras"
A frase: "Não importa se é verdade ou não, se está escrito é ficção" -(Todd Solondz no filme Storytelling)
O melhor beijo: Em uma mulher.
Saudade: Émerson - ficou tão pouco com a gente e eu nem me despedi...
O Presente: A varinha da conquista. (Segundo a lenda em quem eu tocar com essa varinha, se apaixonará por mim - presente que eu ganhei do Émerson, diretamente da Ilha de Marajó.)
E infelizmente o homem da minha vida ainda não apareceu, quero dizer, ele apareceu, mas como sempre, era gay.
segunda-feira, dezembro 01, 2003
Erótica é a Alma
Pernas entrelaçadas
as minhas, as tuas
sem saber de quem são.
as mãos!
língua aventureira
desvenda meus sonhos
molha minha pele
Tesão!
jogado na cama
passeio em teu corpo
como tua carne
em ritual
Oração!
Eros nos move
Baco nos guia
ao prazer sem pressa
até que eu morra em teus braços
renasça em tua boca.
Para que morras em meu corpo
e renasças
dentro de mim.
(postado ao som de "Dança da Solidão" - Paulinho da Viola)