Contando Causo
Olhos negros como a noite, pele branca e sorriso de criança. Seus lábios hipnotizavam todos a sua volta. Ninguém podia resistir àquelas palavras vindas de lábios tão sedutores e musicadas com uma voz tão suave que parecia um canto de sereia.
Os olhares a seguiam, a buscavam. Como um imã, atraía todos que estavam por perto. Sonho de mariposa, realidade borboleta. Mais linda que qualquer tentativa de poema, ou mesmo de cartas de amor. Nenhuma metáfora poderia chegar próxima de sua beleza.
Olhos castanhos escuros. Quase ninguém notava sua presença, a não ser quando pedia desculpas por ter derrubado algo, pois não tinha noção de espaço. Inteligente, ninguém podia negar, mas nada que pudesse atrair atenção ou mesmo que o fizesse ser notado. Tinha seus atrativos, mas nem ele conseguia enxergá-los. Vivia só, acostumou-se a isso e preferia sonhar. A realidade não o importava, mas seus sonhos não incluíam ser notado, aparecer ou estar sempre rodiados de pessoas. Queria estar só, queria poder estar só com seus sonhos de mariposa.
Seus olhos se encontraram numa noite terna e cheia de romantismos. Parecia que ela finalmente havia encontrado uma paixão. Era a primeira vez que o via, porém ele já a havia visto por vezes. Era a primeira que ele era notado. Os holofotes a seguiam. Ela se aproximou, passos curtos e lentos que não o deixaram perceber que ia ao seu encontro.
Quando notou que a musa de seus sonhos, e de todos os que a viam, se aproximava: afastou-se.
sábado, fevereiro 21, 2004
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário