terça-feira, fevereiro 10, 2004

Terça ao cubo ou "Encontros e Reencontros"

O ser do bem que eu conheceria no domingo, não voltou para o seu avião natal e ficou na garoa de esquina famosa. Acabamos fazendo hoje o que teríamos feito domingo. E Picasso continua lá, na OCA que mais parece um Iglu de tão gelada. Dia cheio de arte, entre as fases e as mulheres de Picasso, nós e pessoas, monólogos tão longos quanto os de Selton Mello em Lavoura Arcaica, vindos de mim, claro, pois devo ter nascido falando, e entrevistas para TV que eu não quis dar, porque no vídeo eu sempre fico parecendo uma pintura de Picasso, totalmente assimétrica, já que meu rosto torto é ressaltado.
Silêncios e tombos, dois tombos num mesmo dia. Caí embasbacada e enganada por um pé bobo que me acompanha há anos. Caí diante dos dois homens que me conduziram ao matador mítico que foi Picasso. Caí logo na primeira vez que vejo o rapaz, se a primeira impressão é a que fica, eu deveria ter ido, mas fiquei na Av. Paulista para levar outro tombo, agora não na frente de quem me via pela primeira vez, mas do namorado da minha melhor amiga que é fanático por Picasso, tanto que o estuda, e, por coincidência, encontrei após me despedir pela primeira vez do meu acompanhante no labirinto do Minotauro.
E ao me despedir do fã fervoroso do piintor cubista e namorado de minha amiga, encontro novamente aquele que ninguém conhece e que eu havia acabado de conhecer e me despedir. Ser tão do bem que tem nome de anjo; tal qual os anjos fala pouco e tem as bochechas rosadas. Layout de bom moço. Aguentou-me firme e forte das 11h40min até as 17h. Nem eu consigo ficar comigo tanto tempo.
Cada um fez sua opção e a minha foi voltar para casa, porque meu pé estava pedindo ajuda. Enrolou-se numa faixa e descansa ao som do disco que ganhei do amigo que mora num avião e tem por hábito queimar índios, mas não os convencionais, só aqueles que juram ter chegado ontem da Inglaterra e adoram bandas da Lituânia que misturam guitarras "retorcidas" com eletrônico da extinta Berlim Oriental.

E se eu pudesse dar uma trilha sonora ao dia de hoje, esta seria Disritimia do Martinho da Vila, por dois motivos:
O meu mais novo amiguinho disse adorar essa música.
O namorado da minha amiga, grande músico e chegado numa roda de samba, sempre tocava essa música para ela.

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