quarta-feira, fevereiro 04, 2004

Lucy

Ultimamente a minha relação com o mundo tem sido como a da Lucy e o Schroeder.
Eu me deito e fico fazendo planos, achando que ele me ama, que iremos casar e ter filhos e vou falando, falando, falando como sempre faço e o mundo lá, tocando seu piano, nem aí pra mim.
Em momentos de lucidez, raros momentos, quebro seu busto do Beethoven para ver se o mundo presta atenção em mim, mas indiferente, abre seu armário, onde guarda milhares de outros bustos iguais ao que quebrei, coloca-o novamente em seu piano e continua a tocar, como se eu jamais o tivesse quebrado ou mesmo estado ali.

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