terça-feira, junho 01, 2004

E se a gente fizesse o que tem vontade?

Acordei com vontades insólitas. Deve ter sido o horário; acordar cedo me deixa com vontades insólitas.
A primeira foi sair com uma camiseta escrito: TAMANHO É DOCUMENTO E HOMEM REPARA EM CELULITE SIM! - até aí, nem tão insólito, mas as vontades foram ficando mais esquisitas, quando fui acompanhar mamãe ao geriatra. Durante todo o trajeto de ida e volta, outras idéias chegaram e instalaram-se em minha doente cabecinha.
Uma moça, muito bem vestida, passou ao meu lado. Segurei-me para não atender aos apelos do diabinho sentado no meu ombro e cochichar em seu ouvido, como se fosse fazer uma declaração de amor, que sua meia estava desfiada do calcanhar à coxa.
No bazar ao lado da clínica, um anjinho pediu para que eu perguntasse o nome da vendedora, mas o diabinho voltou e a moça chamava-se Jocicreuza. Não dá, ter que segurar o riso é muito difícil. Esses pais deveriam ser processados por colocar nomes assim em seus filhos.
Depois da consulta, eu e mamãe fomos almoçar no Shopping. Dessa vez, não sei quem sentou em meus ombros, mas tive vontade de pegar o suco da moça na mesa ao lado, beber e sair como se nada tivesse acontecido, passar na outra mesa, cortar um pedaço da lasanha do rapaz, comer e até jogar um beijinho para ele.
Após pensar sobre essas coisas, tive vontade de contar para minha mãe. De todas as vontades, foi a única que eu realizei e ela, rindo, disse:
- Você não pode acordar cedo mesmo, filha. Fica de mau - humor.

Mas eu não estava de mau - humor. Hoje eu acordei feliz. É sério, fazia tempo que não me sentia assim: "do bem..." Só que eu tive vontades insólitas... todo mundo tem, não?

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