domingo, junho 27, 2004

O amor depois do "Felizes para sempre"

Fiquei sensibilizada com o final de "Celebridades", porque achei a história da Laura e do Marcos a mais bela história de amor que já vi nos folhetins globais.
Acabei lembrando de uma conversa com o Mms, sobre um livro que ele estava lendo, acho que era do Rubem Alves (depois me passa o nome, Mms?), que dizia que o nosso problema é acreditar no amor como em "Romeu e Julieta","As Pontes de Madison" e " O Amor nos tempos do cólera".
Esse amor eterno que todo mundo precisa acreditar, que nos emociona ao lermos:

"- Y hasta cuándo cree usted que podemos seguir en este ir y venir del carajo? - le perguntó.
Florentino Ariza tenía la respuesta preparada desde hacia cincuenta y tres años, siete meses y once días con sus noches.
-Toda la vida-dijo."
(Gabriel Garcia Marquez)


Não sei, mas eu percebo que geralmente o amor do cotidiano é sempre deixado de lado por todos nós e procuramos a eternidade de algo que só sobrevive na impossibilidade.
Os amores vividos são menos belos, porque somos filhos de "O Banquete" de Platão, herdeiros do mundo ideal e das comédias românticas que terminam no primeiro beijo do casal.
Já repararam que quando nos apaixonamos, fazemos isso por nós mesmos? Geralmente gostamos da imagem da pessoa e ela estraga tudo sendo ela mesma, pois, geralmente, é o contrário do que esperamos. Sempre esquecemos que imagem é o contrário...
Talvez, por isso, eu tenha me sensibilizado com um amor que todos diziam não existir. Acho que aquilo é amor, tá certo que as personagens não tinham um pingo de caráter, mas se perdoavam, passavam por cima de tudo que nós jamais perdoaríamos e só morreram, porque em novela o crime não compensa.
Somos pouco toleráveis com relacionamentos, queremos sempre a perfeição do outro e isso só pode ser alcançado quando o amor não se realiza. Somente casais imperfeitos, que se unem na imperfeição, conseguem sobreviver a toalhas molhadas, cara de travesseiro e tédio. Como Marcelo Camelo disse numa entrevista, o problema é que a vida da gente começa nos créditos, logo depois que o mocinho beija a mocinha no final.
Infelizmente o amor dura mais quando não pode ser vivido, pois a pessoa não estraga tudo, muito menos você...

Um comentário:

Anônimo disse...

Tem certeza de tudo que escreveu?
Não seria um impulso?
Um momento?
Eu discordo
Ou seria "amor e castigo"?