sexta-feira, novembro 21, 2003

E eu pergunto: isso é vida?

As pessoas devem me achar "a deprimida". É, eu sou, eu sei.
A gente acha bonito dizer que não sabe da onde vem a tristeza: às vezes digo que é dor de poeta (ora, como se eu realmente tivesse a certeza de que sou poeta), às vezes falo que é porque tenho a sensibilidade de achar que tudo é um verso esperando para ser escrito ou recitado, e realmente acho isso, há tantos poemas e tanta poesia no cotidiano que meus olhos se encantam e querem refletir toda essa paixão (no mesmo sentido de "Paixão de Cristo", que não estava apaixonado por ninguém, é na verdade o sofrimento de Cristo.)
Fica bonito assim, fica mais fácil aceitar. Mas não é nada disso e dói, dói, porque seria mais bonito ser tristeza do desconhecido, ser abandono do amor reprimido, ser a possibilidade do impossível. Dores não menos doloridas, mas sim, muito mais bonitas...

Quem dera ser "Carolina", como alguns já disseram. Sinto-me Macabea: o pão adormecido que não dá vontade de comer.

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