sábado, janeiro 24, 2004

CINEMA! CINEMA! CINEMA!

Até quem mora em São Paulo pensa que no centro da cidade os cinemas todos são voltados à pornografia, o que a gente chama de "cinemão" (talvez variação de banheirão), enfim, o que muita gente não sabe é que ainda existem os belos cinemas de outrora com circuito convencional.
Dois deles são realmente lindos, um é o Marabá que até o ano passado eu não conhecia, mas quando conheci, ainda que assistindo um filme que não faz parte das minhas preferências cinematográficas, me apaixonei. É o maior cinema da cidade, mas por falta de público, reduziu os 1665 lugares para 600, desativando o andar superior. O mais genial é que em qualquer lugar que você sente, não interfere a sua visão da tela que abrange a sala toda.
O outro é o Ipiranga que, infelizmente, eu não conheço, mas minha mãe conhece (me senti o Silvio Santos agora), enfim, o Cine Ipiranga é uma das recordações mais vivas da minha mãe da época em que chegou ao Brasil, no final dos anos 50, quando ir ao cinema era uma das maiores atividades culturais, chegando a reunir 15 mil pessoas nos finais de semana.
Contudo, os chamados "cinemas pipocas", não me refiro aos filmes e sim às estruturas dos cinemas, invadiram a cidade e o ato de ir ao cinema tornou-se parecido ao de ficar em casa vendo um vídeo, DVD ou, para os mais afortunados, em seu home theater. Por esse motivo, cinemas como o Marabá e o Ipiranga enfrentam diariamente rumores de fechamento, reforma e mudança da arquitetura, ou seja, demolição e construção de salas ao gosto dos Shopping Centers, para a tentativa de aumentar o público.
Não vou entrar no mérito se isso deve ser feito ou não, só gostaria de saber qual seria, então, a diferença entre ir a um Shopping ver um filme e ir ao Marabá se a estrutura dos cinemas ficará a mesma?
Por outro lado, entendo que a falta de público acarreta a dificuldade em manter o cinema e isso leva os proprietários a pensarem em outras formas de atrair esse público sumido. Por isso, acho que as pessoas que como eu não querem a demolição desses verdadeiros ícones cinematográficos da cidade de São Paulo deveriam pensar em um jeito mais interessante de atrair o público que não seja a construção de várias salas "pipoca".
E então, alguma idéia? Mande-me um e-mail.
Nenhuma idéia? Então diga se quer participar dessa tentativa de achar um jeito de mantê-los.

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