sábado, janeiro 31, 2004

Se está escrito é ficção:

Conversei ontem com o meu amigo inteligente de plantão. É muito bom conversar com ele, é também muito bom perceber coisas através de suas palavras. A cada noite que passo trocando idéias com ele, conheço-me mais.
Hoje li o blog que uma amiga minha havia me pedido. Tomei o cuidado para não me envolver nas palavras ditas e nem tirar conclusões sobre o assunto, pois escrever é um ato de fingimento e criação, por mais verossímil que se apresente o texto. É a famosa frase do filme Storytelling que sempre cito: "não importa se é verdade ou não, se está escrito é ficção". Contudo, é comum nos procurarmos em blogs de pessoas que são ou foram importantes para nós. E esse foi um dos assuntos da minha conversa e fazendo a ponte, comecei a entender a indignação da minha amiga em se reconhecer em um texto.
As pessoas entram em nossos endereços para ler as coisas que escrevemos sobre elas e, talvez, por não ser mais um diário guardado em segredo, isso se torne um ato cada vez mais obsessivo. Chega a ser necessário escrever sobre os sentimentos e, em alguns casos extremos, se alguém veta a possibilidade de ser citado em um blog, a paixão parece diminuir. O texto, o fingimento do amor, muitas vezes torna-se mais importante a quem escreve, do que o próprio sentimento.
Na outra ponta, as pessoas que entram nos blogs, se procuram nos textos, querem saber se é sobre elas, pensam naquela frase durante a semana inteira e ficam imaginando o que autor quis dizer. Uma música colocada por um motivo qualquer, às vezes pode ser a chave para uma resposta criada e sem qualquer relação com o verdadeiro motivo da música estar ali, e essa chave pode desencadear o fim de um relacionamento ou o começo de uma dor de cabeça.
As declarações de amor são feitas aos montes, pois como já disse, é muito mais fácil escrever que amamos, do que dizer. Contudo, é necessário que seja feita em um blog, não por e-mail, pois no e-mail só o destinatário irá ler. Parece que só terá efeito se houver comentários de outros, e o que o destinatário realmente pensa, não vale tanto quanto ter a caixa cheia de discussões sobre o amor que se está sentindo ou o sofrimento.
Texto políticos, textos de indignação social não são tão interessantes ao leitor que necessita saber sobre a vida amorosa , ainda que esta seja ridícula aos olhos de quem não ama.
E de repente, um comentário no blog de um ex-namorado, ocasiona uma briga com o atual que viu o link no seu blog. E de repente, um ex-qualquer coisa entra no seu blog e vê que você está sofrendo por amor, deixa um comentário para tentar animá-lo e você já pensa que ele (a) está tentando uma reaproximação ou que quer reviver algo do passado. De repente você cita alguém em seu blog, o outro vai atrás e outra briga achando que há algo por uma citação boba. (Às vezes me preocupo em me referir ao Pedro como meu marido, por exemplo, ainda bem que sua namorada me conhece e sabe o porquê da brincadeira). Uma cadeia de procura, uma cadeia de necessidade em saber da vida alheia que começa a nos incomodar, mas que somos parcialmente culpados por deixar exposto em palavra escrita nossos sentimentos. Embora fingidores, a escrita ganha força maior do que as palavras ditas. O que é fingimento e criação se transforma em verdade absoluta porque está documentado. Blog é diário, escrita é documento e autor é pessoa. Ninguém pensa que blog é uma página, escrita é criação e autor é narrador, mesmo que em primeira pessoa.
A não compreensão disso, até da minha parte que faço de tudo para deixar esse blog às moscas, ou melhor dizendo, para que só amigos me acessem, tem me assustado. Quantas vezes eu não me procurei no blog de alguém? Quantas vezes eu não me vi em textos que não se referiam a mim? Quantas vezes algo que eu gostaria que ficasse só entre mim e a pessoa foi escancarado em "net pública", ainda que tivesse permanecido no anonimato? Quantas vezes escancarei algo que alguém gostaria que permanecesse só entre nós?
Quantas vezes fui mal compreendida por algum comentário ou post? Quantas vezes entendi como ofensa algum comentário ou post?
Palavras escritas: perigosas e mentirosas. Não me procurem aqui, vocês se encontrarão.

Negociando:

- Eu preciso de um amigo hetero sexual, conhece algum?
- Ué, você não tem nenhum amigo hetero? eu sei que é difícil...
- Não, digo hetero e sexual...
- Ah! Conheço, mas esse eu estou usando...
- Se souber de algum outro...

Conversas de um sábado de manhã:

Eram onze horas da manhã e estávamos ouvindo Cássia Eller cantar "Palavras ao vento". De repente o verso "palavras momento" me fez perguntar sobre o prazo de validade das palavras.
As palavras. para mim, têm prazo de validade e esse prazo é expirado imediatamente após serem ditas. Um "Eu te amo" é verdadeiro naquele momento e não importa se no momento seguinte não há amor, no anterior houve. A palavra escrita é diferente, é mentirosa, é tentativa de eternizar o momento do amor, mas torna o momento falso, pois é muito mais fácil escrever que amo alguém, mas não saberia dizer isso para a mesma pessoa estando próxima. Além disso, passamos por sentimentos contraditórios e às vezes odiamos alguém que amamos e só odiamos, justamente porque amamos.
Os sentimentos são contraditórios e as palavras são palavras, palavras momentos, ditas com verdade naquele instante e já não valem mais depois. Por isso as cartas de amor são ridículas, pois o amor é ridículo aos olhos de quem não ama. Já tentou ler aquela carta de amor que recebeu de um antigo amor?
Hoje há um embrulho no estômago parecido com aquele que sentiu quando recebeu a carta, contudo, quando recebeu, o embrulho no estômago era de alegria, o de hoje é de vergonha em tê-la recebido.


Pois é, eu tenho conversas assim de manhã cedo. Meu caso é de internação!

As vitrines
(Chico Buarque/1981)

Eu te vejo sair por aí
Te avisei que a cidade era um vão
-Dá tua mão
-Olha pra mim
-Não faz assim
-Não vai lá não

Os letreiros a te colorir
Embaraçam a minha visão
Eu te vi suspirar de aflição
E sair da sessão, frouxa de rir

Já te vejo brincando, gostando de ser
Tua sombra a se multiplicar
Nos teus olhos também posso ver
As vitrines te vendo passar

Na galeria
Cada clarão
É como um dia depois de outro dia
Abrindo um salão
Passas em exposição
Passas sem ver teu vigia
Catando a poesia
Que entornas no chão


Por que isso, dos Velso?
- ...

Mãe Coruja

Rá! Minha filha passou no Vestibular!!!

Sou uma mãe feliz, vou ter filha dotô! Ela vai me sustentar, ela prometeu!

quinta-feira, janeiro 29, 2004

Ja sei!

Eu quero um namorado que me faça um chá, me empreste uma blusa e me "coloque" pra dormir ouvindo João Gilberto igual o meu amigo Pê fez pra mim ontem e segunda!

Cinemas do centro

Criamos uma lista de discussão para achar idéias de manter os cinemas. Quem quiser participar, deixe o e-mail aí nos comentários.

Não sabe do que estou falando? Leia aqui

domingo, janeiro 25, 2004

450 anos

Garoa do meu São Paulo,
--Timbre triste de martírios --
Um negro vem vindo, é branco!
Só bem perto fica negro,
Passa e torna a ficar branco.

Meu São Paulo da garoa,
-- Londres das neblinas finas --
Um pobre vem vindo, é rico!
Só bem perto fica pobre,
Passa e torna a ficar rico.

Garoa do meu São Paulo,
-- Costureira de malditos--
Vem um rico, vem um branco,
São sempre brancos e ricos...
Garoa, sai dos meus olhos.

(Mário de Andrade )

Eu gosto mais de São Paulo quando leio Mário de Andrade. Eu gosto mais do Mário quando ele escreve sobre São Paulo.
Eu me apaixono por Mário de Andrade todas as vezes que me dou conta que moro na São Paulo do Mário.
Eu me apaixono por São Paulo todas as vezes que me dou conta que Mário morou na minha São Paulo.

Não entendeu? Procure a tecla SAP

- Atendi, atendi... ah, atendi também..
- Mas é?
- É PALOMA...
- Nossa, mó banca de HT
- Nada, tá mais pra Barbie.
-Não exagera... uma Suzi pode ser.
- Olha aquele ali fazendo carão... eu fazia.
- Eu não, é latina...
- Latina é duro de agüentar. Bagaceira é melhor.
- Também, a gente é bagaceira.
- Né pra tanto, a gente é bagaceira fashion... engana bem.

Com Fantasia

Colocou roupinhas femininas. Usou as maquiagens que ganhou da mamãe. Ficou horas no cabeleireiro e por fim o salto.
Ficou linda! - disseram.
Olhou no espelho: não era ela.
Levaram-na para jantar em um restaurante que seus pés nem sonhavam pisar. Deram-na um anel que seus dedos jamais imaginaram colocar.
Vale um carro. - disseram.
Olhou no espelho: não era ela.
Havia chegado o momento. Foi criada e educada somente para esse momento que seria único e o único, pois talvez não tivesse outra oportunidade:
- É como fruta, tem que colher na hora do amadurecimento, senão apodrece. - disseram.
Olhou no espelho: não era ela. Não era para ela. Precisava se cumprir.

Dez anos depois, não se cumpriu. Apodreceu.

sábado, janeiro 24, 2004

CINEMA! CINEMA! CINEMA!

Até quem mora em São Paulo pensa que no centro da cidade os cinemas todos são voltados à pornografia, o que a gente chama de "cinemão" (talvez variação de banheirão), enfim, o que muita gente não sabe é que ainda existem os belos cinemas de outrora com circuito convencional.
Dois deles são realmente lindos, um é o Marabá que até o ano passado eu não conhecia, mas quando conheci, ainda que assistindo um filme que não faz parte das minhas preferências cinematográficas, me apaixonei. É o maior cinema da cidade, mas por falta de público, reduziu os 1665 lugares para 600, desativando o andar superior. O mais genial é que em qualquer lugar que você sente, não interfere a sua visão da tela que abrange a sala toda.
O outro é o Ipiranga que, infelizmente, eu não conheço, mas minha mãe conhece (me senti o Silvio Santos agora), enfim, o Cine Ipiranga é uma das recordações mais vivas da minha mãe da época em que chegou ao Brasil, no final dos anos 50, quando ir ao cinema era uma das maiores atividades culturais, chegando a reunir 15 mil pessoas nos finais de semana.
Contudo, os chamados "cinemas pipocas", não me refiro aos filmes e sim às estruturas dos cinemas, invadiram a cidade e o ato de ir ao cinema tornou-se parecido ao de ficar em casa vendo um vídeo, DVD ou, para os mais afortunados, em seu home theater. Por esse motivo, cinemas como o Marabá e o Ipiranga enfrentam diariamente rumores de fechamento, reforma e mudança da arquitetura, ou seja, demolição e construção de salas ao gosto dos Shopping Centers, para a tentativa de aumentar o público.
Não vou entrar no mérito se isso deve ser feito ou não, só gostaria de saber qual seria, então, a diferença entre ir a um Shopping ver um filme e ir ao Marabá se a estrutura dos cinemas ficará a mesma?
Por outro lado, entendo que a falta de público acarreta a dificuldade em manter o cinema e isso leva os proprietários a pensarem em outras formas de atrair esse público sumido. Por isso, acho que as pessoas que como eu não querem a demolição desses verdadeiros ícones cinematográficos da cidade de São Paulo deveriam pensar em um jeito mais interessante de atrair o público que não seja a construção de várias salas "pipoca".
E então, alguma idéia? Mande-me um e-mail.
Nenhuma idéia? Então diga se quer participar dessa tentativa de achar um jeito de mantê-los.

sexta-feira, janeiro 23, 2004

Dei um tempo no Bello&Sebastião para ouvir João

Lá vai João sussurrar no meu ouvido que é impossível ser feliz sozinho.
Hum...

Tati Quebra Barraco entrando no aparelho de som...
PLAY!
Bóra com BAGACEIRA que é melhor.

Falando nisso, me lembrei do dia que eu tive a crise de choro e o Márcio estava em São Paulo. A crise foi braba e o Sid resolveu colocar uma musiquinha. Márcio pediu para escolher o CD e escolheu Maysa...
Tadinho, ficou com uma culpa depois, se achando insensível por ter escolhido a rainha da deprê para ouvir justo na hora em que eu estava num dos meus momentos suicidas... Enfim, não foi uma boa escolha, mas rendeu umas boas risadas após a crise.

Bom, agora que a bicha se refez, hora de ouvir a melhor banda do universo. Nem preciso dizer que é Beatles, preciso?

quinta-feira, janeiro 22, 2004

Carão

Para fazer par com meu marido sem link...


Vai chover de novo, deu na TV

Desabei em lágrimas. Não foi o e-mail ou o comentário do Mems, foi a saudade de noturnas segundas-feiras poéticas.
Desabei em lágrimas. Não foi a volta para casa do "Peter Pan", foi a volta da "leve impressão de que já vou tarde" que sua ida me traz.
Desabei em lágrimas. Não foi o meu estar só eterno, foi a certeza de que só consigo enxergar impossibilidades.
Desabei em lágrimas. Não foi o meu desemprego, foi o cansaço de receber tantos nãos.
Desabei em lágrimas. Não foi a certeza da perda do meu romance, foi a certeza de que publicar um livro não é mais um sonho.
Desabei em lágrimas. Não foi a tristeza dos olhos que não me larga, foi a tentativa de brincar de ser feliz.
Desabei em lágrimas. Não foi a programação da Globo, foi o filme "As Pontes de Madson" que eu insisti em ver pela milionésima vez.
Desabei em lágrimas. Não foi Maria Rita cantando Marcelo Camelo, foi um camelo centenário que insiste em me atropelar.

Acho que hoje vou deixar meu coração se entregar à tempestade.



Deus existe:

Beatles e Chico Buarque são provas de que Deus existe e não brinca em serviço, pois só a Divindade poderia ter criado os 4 rapazes de Liverpool e o Chico Buarque.
O resto da humanidade, exceto minha mãe que também é obra Divina, foi criado por explosões, encontros aleatórios de células e evoluções não tão evoluídas dos macacos.

Cinema:

Dicas de uma cinéfila compulsiva que economiza no almoço para ir ao cinema na hora do jantar:

Viu "As invasões bárbaras" e gostou? Então vá ver "O Declínio do Império Americano" que reestreou no Cinearte aqui em São Paulo. "As invasões...", eu achei melhor, mas vale conferir, há umas piadas entre os dois filmes que são bem legais... A cena em que eles falam sobre ir em danceterias também é genial e engraçada. E mais uma vez a sociedade perfeita, o tal do "American way of life" é discutido através de diálogos inteligentíssimos.

Lars Von Trier e 177 minutos de duração.
Pode parecer assustador até para quem gosta de filmes chineses e japoneses longos e lentos, mas Dogville é realmente uma boa pedida para quem gosta de filmes para pensar e quem gosta de filmes que prendem sem sentir o tempo passar. Roteiro ótimo, cenas interessantes e um final um tanto polêmico para os otimistas de plantão, mas se você é como eu e não acredita nem um pouco no ser humano, vai sentir um certo prazer...
Dizem se tratar de um crítica aos Estados Unidos da América Rica ( pq EUA o Brasil e o México também são, como diria Godard), contudo, acho que vai além, chega a ser uma crítica forte aos seres humanos, assim como todo o conceito de sociedade e por isso se passa nos EUAR, afinal, foram eles que ditaram os costumes das sociedades de hoje - lembram do tal "American way of life"?.
Outra dica é ler "Cândido ou O Otimismo" do Voltaire, tanto eu quanto a pessoa que foi ver comigo, lembramos do livro.

Se você está em São Paulo, veja no Cinesesc porque lá é sempre bom ver filmes.

quarta-feira, janeiro 21, 2004

Bello & Sebastião

Acho que vou ficar o final de semana sem sair de casa só ouvindo Belle&Sebastian.
Acho que vou ficar pelo menos umas 15 horas ouvindo "I'm a Cuckoo" , "If She Wants me" e "If you Find Yourself Caught in Love".
Acho que daqui a uma semana eu volto à minha programação normal...

Batata Frita e Chá gelado.

Alguém quer se atolar em B&S, batatas e chá comigo?

< Interna > Paloma, eu??! < / interna > Totalmente...

Mina Valente

Fiz 27 anos e me sinto mais adolescente que nunca. Foi bom, teve até fogos de artifícios que disseram ser para mim. Assim como no meu nascimento, a festa da cidade me emprestou as comemorações. Nasci na cidade de São Sebastião e toda cidade com esse nome, é feriado no dia 20, dia do santo. Dessa vez foi outro santo que me emprestou a festa, foi São Paulo que comemora domingo se aniversário, mas já estão comerando desde já. Ainda bem que nenhum dos fogos escreveu no céu 450 anos...

Foi um aniversário muito legal com a presença de pessoas que eu amo. Algumas não estiveram, porque estão longe, embora perto...
mas estiveram presentes por telefonemas, e-mails, recados e comentários...

Só faltou uma possibilidade... mas acho que estou usando um cartaz de mina valente...

segunda-feira, janeiro 19, 2004

19 de Janeiro II

- E aí, seu aniversário é qdo mesmo?
- Dia 19 de Janeiro.
- Ah, tive um namorado que fazia aniversário no mesmo dia...
- Ele é um cara legal.
- Não, ele era um babaca.
- Err... é, né...


- Feliz aniversário...
- Brigada.
- Minha ex-namorada também faz aniversário dia 19 de janeiro.
- Ela é uma garota genial...
- Não, aquela idiota não tinha nada de genial...
- Ah, tão tá...

Pelo menos eu gosto da Janis Joplin, ela nunca foi namorada de ninguém que eu conheço, cantava bem e nasceu no mesmo dia que eu.

domingo, janeiro 18, 2004

O eterno retorno

23 de Julho de 1993 - Oito menores mortos por policiais, na escadaria da igreja da Candelária no Rio de Janeiro.Cinqüenta menores dormiam no local quando ocorreu o massacre.

12 de Junho de 2000 - Ônibus é seqüestrado no Rio de Janeiro e resulta na morte de uma professora. Tudo foi televisionado. O seqüestrador era um dos sobreviventes da Chacina ocorrida em 1993 na Candelária.

02 de Outubro de 1992 - Uma rebelião no Pavilhão 9 da extinta Casa de Detenção, o Carandiru, é reprimida com a invasão de tropas da PM e resulta na morte de 111 presos.

18 de Fevereiro de 2001(?) -Explode a maior rebelião da história penitenciária de São Paulo. A partir do Carandiru, sob o comando do PCC (Primeiro Comando da Capital), 29 presídios localizados em 22 cidades diferentes do estado aderem à rebelião que envolveu 30 mil presos, o que provocou o pãnico em todo o estado de São Paulo. ( O PCC conseguiu o que nenhum movimento estudantil em todos os tempos jamais conseguiu sem a ajuda de novela da Globo - e eles estavam presos).


29 de Agosto de 1993 - Policiais invadem a favela de Vigário Geral no Rio de Janeiro e matam 21 pessoas. Nenhuma das vítimas eram acusadas de nenhum crime e não se tem notícias de que faziam parte de nenhuma ação ilegal na favela.

Final de 2002 - Ameaças e atentado à prefeitura do Rio de Janeiro. Morte do jornalista da Globo e reação de traficantes por toda a cidade, sob o comando de FBM que estava preso.

E o Brasil se contenta com medidas imediatas como a redução da maioridade penal, a promessa de aumentar o número de policiais e armá-los até os dentes, dizendo que educação e justiça social são medidas com resultados a médio e longo prazo, contudo, como podemos ver, a ação policial também é uma medida a médio e longo prazo, mas que se volta contra a própria sociedade. Não adianta prender um garoto de 16 anos se dentro das prisões ele ainda pode comandar o que acontece fora e, principalmente, será treinado para isso. Por que não pegar um menor e dar educação? Chega de dar exemplos de exceções, chega de dizer que o Zezinho cresceu na Febem e estuda Direito hoje em dia, porque os outros milhares de internos voltaram às ruas. Quem é regra? O Zezinho é que não é...
O eterno retorno, ação e reação, seja em termos filosóficos ou em termos da Física (uma ciência pretensa a exatidão), as ações tomadas vão retornar para a sociedade que, em geral, só tem a culpa de não ter escolha. E se não tomarmos cuidados, podemos ter uma revolução e se formos rever as revoluções dos outros países, vale lembrar que cada país faz a revolução dos injustiçados que tem e que não têm nada a perder...





sábado, janeiro 17, 2004

Fritas:

Uma amiga minha perguntou o que eu gostaria de ganhar de aniversário.
Minha mãe me perguntou o que eu queria fazer no meu aniversário.

Só me vem à cabeça batatas fritas- meu prato favorito e a única coisa que me deixa contente quando não quero nada, não estou com fome e sem a menor vontade de sair de casa.

Viram como é fácil me fazer feliz?

sexta-feira, janeiro 16, 2004

Ele me deu um Carão

Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça... pena que matou o blog! Snif... meu marido não tem mais link


Consolação

A decadência do vazio noturno
que atravessa a alegria e o caos
a tentativa de reanimar
e o que reanima são os bares
de quem já é animado por nomenclatura.

As senhoras das ligas religiosas
torcem o nariz para os rapazes
em filas enormes das casas noturnas

Os senhores maridos das senhoras
torcem o nariz para esses mesmos rapazes
procurando-os em horas mais noturnas

Belas Artes e tentativas para manter o cinema abandonado
e mais freqüentado por quem se diz tradicional
O consolo da Avenida Invadida de conceitos inversos
Preconceitos contrários
Tradição da mais nova idéia de tradicionalismo.



O meu amigo Jack!

Pra quem não conhece o meu amigo Jack Clique aqui.

Pior que isso, só a versão remix!!!

Desejo

Comer uma torta de morangos com muitas muitas muitas calorias para que eu fique ainda mais redonda do que já sou!



Sobre nomes

A governadora do Rio de Janeiro se elegeu com o nome de "Rosinha Garotinho" e após ser eleita exigiu ser chamada Rosângela Matheus que a desvincula, de certo modo, do marido, o ex-governador e atual secretário Anthony Garotinho.
A prefeita Marta Suplicy, mesmo estando separada do dono do sobrenome, continuou a ser chamada de Suplicy, ao menos até a oficialização do casamento com o único argentino franco de que se tem notícia.

Então pergunto: Eduardo ainda continuará a usar Suplicy, já que apesar da separação e de ser o dono do sobrenome, ele ainda o liga à Marta e isso não é algo muito bom na cidade de São PAulo?
E a nossa linda e lôra prefeita terá coragem de usar o sobrenome de um argentino para tentar a reeleição?

Nota: Sorte tem a esposa do Lula, não precisa pensar nisso se um dia tentar a carreira política...

quarta-feira, janeiro 14, 2004

Como se não fosse tão longe, São Paulo de Belém do Pará

Como se não fosse tão longe, em frações de segundo estou em Belém do Pará. Olho na janela e sinto-me caindo de suas bocas e com o corpo descansado, percebo que estive deitada, em algum momento do dia, na rede de seus pensamentos.
Em poéticas horas, vejo-me em estrofes, brincando de amarelinha em versos recitados pelo Mems e dançando em acordes de uma canção lembrada pelo Frank...

Queria ter ido na mala do Dedé que chega dia 16, ou do Frank que já está lá. Queria estar com eles, mas acho que, de certo modo, estou; pois em vários momentos do dia, eles estão comigo. Desde que o Mems se mudou pra lá, por muitos instantes ele esteve comigo, seja entrando na lojinha de CDs do Unibanco, seja em encontros marcados no Conjunto Nacional, ou mesmo em encontros casuais na BH.

Saudades...

segunda-feira, janeiro 12, 2004

Um breve sinal de vida...

Dias sem postar, mas por um bom motivo!
Pois é, eu vivia escrevendo aqui que eu AMO o Márcio e pude dizer isso pessoalmente a ele, contudo, não disse assim, tão verbalmente, porque eu não sei fazer isso... Allém da minha mãe e do Eduardo, eu não consigo chegar para alguém e dizer: "Eu te amo!"
Mas isso é trauma, porque tive um namorado que... ah, isso não interessa a vocês.
Márcio desembarcou na garoa na quinta e ficamos juntos até segunda de manhã... os detalhes de sua vinda, irão, claro, para os Detalhes Distantes, mas não tão já.

Passei dias ouvindo Maria Rita e me encantei, não por ela, embora goste muito da cantora, mas pela sua interpretação das músicas do Marcelo Camelo e me apaixonei ainda mais... Pois é, nada mais adeqüado a uma beduína que um camelo, não acham?

Passei os dias rindo muito com meus amigos, especialmente o Negro Anjo e o Márcio que ficou impressionado como eu consigo ser completamente louca sem ter bebido (não pude beber, a bicha aqui entrou em crise na sexta). Ah, não posso esquecer, também, do meu amigo Jack!


quarta-feira, janeiro 07, 2004

Dúvida Esclarecida:

"Vaidade feminina é coisa de mulher"
(Rosinha Matheus)

Um só coração

Não gostei. Tenho vários motivos e o principal é o Mário de Andrade. Sinto uma tristeza ao vê-lo representado de forma tão sem graça. Texto ruim e a Semana de Arte de Moderna parece ser uma reunião de amigos. Pode ser que tenha sido assim, mas foi um acontecimento importante para a arte e, principalmente, o que deve ser levado em conta é a reforma e a ação revolucionária que isso significou. Na tela da Globo virou folhetim de quinta!

Ah, e uma professora de Alemão e de técnicas sexuais é "Amar, verbo intrasitivo", livro do Mário de Andrade. Poderiam ter dado os créditos, não acham?
Pode ser implicância, mas é que Mário de Andrade é uma paixão tão grande que sinto-me ofendida com essa minissérie global.

A Vida é Bela

E Macondo passou mais uma madrugada de fogos. A filha da minha vizinha perguntava: "Mãe, ainda é ano novo"?
Se não fosse uma criança perguntando, a resposta seria:
- Para quem foi atingido pela "comemoração", provavelmente não mais.
Como era uma criança, a resposta foi:
- É que deve ter sobrado alguns fogos de artifício do dia 31.

Macondo amanheceu como quase sempre amanhece: recolhendo gente e especulando sobre o verdadeiro motivo.

Uma mina beduína deveria estar acostumada com manhãs desse tipo, afinal, Gaza e "Macondo" têm grandes semelhanças, contudo, ainda não me acostumei.

terça-feira, janeiro 06, 2004

Dia 19 de Janeiro

Faltam 14 dias para o meu aniversário e eu não gosto de fazer comemoração, porque é sempre um fracasso de público, afinal, todo mundo vai viajar.
Ano passado foi pior, nem eu pude ir ao meu aniversário, mas isso é uma longa história e eu não vou contar, porque é triste.
Mas se vocês disserem que querem se reunir comigo na Segunda-feira, dia 19 de Janeiro, eu marco em algum lugar que, provavelmente, será na Rua Augusta.



Foi um jeito aviadado, negando um de boa moça.


Acho que quero comemorar o meu aniversário num puteiro for women.

domingo, janeiro 04, 2004

Hello Goodbye

(Lennon/McCartney)

You say yes, I say no
You say stop and I say go, go, go
Oh, no
You say goodbye and I say hello
Hello, hello
I don't know why you say goodbye
I say hello
Hello, hello
I don't know why you say goodbye
I say hello

I say high, you say low
You say why, and I say I don't know
Oh, no
You say goodbye and I say hello
Hello, hello
I don't know why you say goodbye
I say hello
Hello, hello
I don't know why you say goodbye
I say hello

Why, why, why, why, why, why
Do you say good bye
Goodbye, bye, bye, bye, bye

Oh, no
You say goodbye and I say hello
Hello, hello
I don't know why you say goodbye
I say hello
Hello, hello
I don't know why you say goodbye
I say hello
hello, hello
I don't know why you say goodbye I say hello
Hello

sábado, janeiro 03, 2004

Fotografia

A voz é do João.
A música é do Tom...

... e as lágrimas são minhas.

sexta-feira, janeiro 02, 2004

Eu ajeito o meu caminho para encostar no 607:

No ano passado eu subi na montanha, não como anda o corpo, mas um sentimento. Doismiletrês foi o ano mais passional dessa dama que vos fala. Fui uma mulher apaixonada durante todos os dias desse ano que, aliás, foi o ano em que eu mais assisti novela.
Seu Sidinei me viciou em novelas: Betty, a feia; Mulheres Apaixonadas; Anjjo Mau; Chocolate com Pimenta; Celebridades - é tanto personagem que eu às vezes nem lembro de qual novela é, mas sei que é uma delícia comentar sobre a cena anterior e adivinhar tudo que vai acontecer no capítulo seguinte, pois elas são quase todas iguais, a diferença é a narração, bem como os comentários do Sid que sempre me manda ficar quieta, porque não tem legenda em novela ou faz comentários do tipo: "empresta seu óculos, não estou conseguindo ler a legenda..."
E foi uma delícia assistir novela ao seu lado, foi uma delícia estar ao seu lado.

No ano passado eu descartava os dias em que eu não via o Pedrinho, porque é sempre muito bom ver aquele menino de olhos tristes como os meus e sorriso singelo. Conversamos sobre tudo e todos, falamos sobre nossas emoções e pensamentos imperfeitos, fragmentos de discursos amorosos povoaram as manhãs em que acordávamos juntos, tomávamos café e assistíamos videoclipes. Eletro e eletrônicos, batidas sem fim de duas pessoas que adoram conversar sobre filmes, livros e papo de intelectual. Poesia e sextas - feiras das paixões, assistindo amp e discutidindo o fato de eu não ser índia!

No ano passado eu rodava as horas pra trás para que a segunda-feira não acabasse, para que eu e o Mémerson continuássemos recitando poesias, divagando sobre amantes passados, futuros amantes. Poemas, Pessoas, Drummond... Florbela Espanca e eu esquecendo milhares de problemas e dificuldades. "Deparei-me com meu medo, bem no meio da minha coragem" ouvindo-o recitar Elisa Lucinda enquanto bebíamos Fanta laranja com cachaça. Tudo em plena Segunda-feira, dia que todos odeiam e eu esperava como louca para chegar e por isso, "estranho seria se eu não me apaixonasse por ele". Amigo que está guardado para sempre!

No ano passado, a ação não valia se a performance não fosse do Dedé. Seja "a muçulmana", "a aleijada", seja ele imitando o Mémerson ou a Mara dançando, ou mesmo dançando Tati quebra barraco, sempre era um espetáculo. E Clarice é mais Clarice Lispector quando esse moço começa a ler algum trecho de um de seus livros.

No ano passado eu vivia a buscar Edy Carlos, porque ele me fazia ver estrelas e, distraído como ele só, esquecia que eu o estava esperando... Como sinto saudade de nossas conversas de surfistas nas madrugadas em que dormíamos no mesmo quarto. Monossilábica e genial. Falávamos de tudo, mas só nós entediamos...Arte, quadros e cores, tá certo que as cores não são as mesmas, mas Edy é colorido. Edy, o meu pé favorito!!! Edy, meu eterno marido, amigo. Edy, Talento!

No ano passado eu saltava as noites sem me refazer. Passava noites em claro rindo muito com o que a Márcia dizia. Como é engraçada, tem uma rapidez incrível para uma piada nova. Pessoa incrível e agradável que eu conheci fazendo prova da "Tati".
E eu surpreendia o sol, antes do sol sair, para não acordar o Marcelo, mas não adiantava, porque ele sempre acordava e eu quase não o via, porque trabalhava demais, trabalha demais.
E pela porta de trás, da casa vazia, eu chamava o Frank para ler a borra e nunca dava certo, porque ele, definitivamente, não sabe fazer café árabe. Divertido, bonito e simpático, esse mocinho me fazia rir, me confundia com suas aventuras amorosas e, principalmente, nunca fez nada que eu não quisesse!

No ano passado a Lica ficou surpresa por me ver dizendo umas coisas que eu li na xícara dela e quase chorou quando eu contei sobre a primeira vez que eu chorei de alegria. Não sei se ela lembra. E essa borra de café me garantiu mais uma amiga prevista no futuro.
No ano passado eu ingressei e mil dias antes de conhecê-las, já percebi que Camila, Mara e Adri eram geniais, maravilhosas e encantadoras! Mara, a sensibilidade. Camila, a atitude. Adri, a ternura. Lindas, maravilhosas. Mulheres em seu significado total.

Tudo isso num apartamento de número 607, a minha segunda casa. Praticamente moro lá, sou o "gatinho" - eles me deram leitinho, carinho e eu fui ficando... os donos se mudam, mas eu continuo lá conhecendo pessoas maravilhosas e recebendo carinho. E por isso eu sempre ajeito meu caminho para encostar no 607, para enconstar nessas pessoas maravilhosas.

Não poderia, portanto, deixar de homenagear, no primeiro post do ano, essas pessoas que durante todo o ano passado me deram força para conseguir suportar as dificuldades de 2003. Espero que 2004 seja um ano melhor, como disse, quero brincar de ser feliz, mas coisas boas aconteceram em 2003 e tê-los conhecido foi uma delas, sem dúvida alguma.
BEIJOS.